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"Maiores vítimas são os argentinos", diz mediador

31 de julho de 2014

Representante da Justiça de Nova York que mediou reunião entre Argentina e credores afirma que todos saem perdendo com a falta de um consenso, mas que principal prejudicado será o povo.

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Foto: Getty Images

O advogado Daniel Pollack, mediador da negociação entre Buenos Aires e fundos de investimento em Nova York, afirmou nesta quarta-feira (30/07) que a principal vítima do não pagamento da dívida será o povo argentino.

"Nao é o meu papel ou minha intenção atribuir a culpa a qualquer lado. Eu continuarei a estar disponível para as partes para ajudá-las a chegar a uma solução”, disse Pollack em comunicado. “Não se pode permitir que o default [calote] se transforme numa condição permanente, ou a Argentina e os credores, tanto da dívida renegociada como os holdouts, vão sofrer danos dolorosos, e o cidadão argentino será a vítima real e definitiva."

Segundo Pollack, todas as partes saíram perdendo com o impasse. Os fundos holdouts (chamados de "abutres" pela Casa Rosa), que não aceitaram as propostas de reestruturação da dívida, ainda detêm títulos da dívida antiga (anterior ao calote de 2001) e ficam sem perspectiva de receber.

Os fundos que aceitaram renegociar a dívida, mas que ficaram sem receber suas parcelas por conta do bloqueio judicial. E a economia argentina, já que, por mais que o calote deste ano não seja tão impactante como o de 2002, se encontra em recessão e terá ainda mais dificuldades para conseguir investimentos estrangeiros.

"Uma suspensão dos pagamentos não é uma simples questão técnica, mas um fato real e doloroso que prejudicará gente de carne osso: os argentinos", afirmou Pollack.

O mediador ressaltou que, durante as negociações, ficou claro que todas as partes estariam obrigadas a respeitar as leis americanas: "Os tribunais do país decidiram que a Argentina não poderia fazer os pagamentos legalmente a credores com dívida reestruturada se, ao mesmo tempo, não pagasse os fundos especulativos [abutres]."

Segundo Pollack, não é possível prever todas as consequências do calote, mas "certamente elas não são positivas."

RPR/ dpa/ afp