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Kiev e separatistas trocam dezenas de prisioneiros

12 de setembro de 2014

Ação faz parte do frágil acordo de cessar-fogo no leste da Ucrânia. Novas sanções da UE à Rússia entram em vigor, e presidente ucraniano saúda solidariedade europeia.

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Soldados ucranianos em DonetskFoto: Anatolii Stepanov/AFP/Getty Images

Uma semana após o início de uma trégua no leste da Ucrânia, o governo ucraniano e separatistas pró-Rússia trocaram dezenas de prisioneiros na manhã desta sexta-feira (12/09). A troca dos homens, capturados durante o conflito dos últimos meses, é parte do acordo de cessar-fogo.

Segundo a presidência ucraniana, os rebeldes entregaram 36 soldados nesta madrugada e mais 21 no dia anterior. Em troca, o governo libertou 31 militantes pró-Rússia. A troca de presos aconteceu em Donetsk, na presença de observadores internacionais. Estima-se que ambas as partes ainda mantenham centenas de presos.

Desde que entrou em vigor, na última sexta-feira, o cessar-fogo já foi seriamente violado na região. Pouco depois da troca de prisioneiros, disparos de foguete foram ouvidos no centro de Donetsk. "Negociações estão em curso. Estamos atendendo às demandas uns dos outros e cumprindo nossas promessas", afirma Yuriy Tandit, negociador do governo ucraniano.

O conflito entre separatistas e forças ucranianas teve início há cinco meses e já deixou mais de 3 mil mortos, segundo a ONU. A Ucrânia e o Ocidente acusam a Rússia de apoiar os rebeldes com armas e soldados. A Rússia admitiu haver voluntários russos lutando na fronteira, mas negou com veemência ter enviado tropas ou armas ao leste da Ucrânia.

Sanções em vigor

Uma nova rodada de sanções da União Europeia (UE) à Rússia entrou em vigor nesta sexta-feira. A medida foi saudada pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que destacou a solidariedade europeia no confronto da Ucrânia com Moscou e os separatistas no leste do país. "Nunca senti tal nível de solidariedade. Sinto-me um verdadeiro membro da família europeia."

As novas sanções, publicadas no Diário Oficial da UE na manhã desta sexta, adicionam mais 24 nomes à lista de indivíduos impedidos de entrar nos países do bloco e cujos ativos no bloco serão congelados, incluindo personalidades da elite política do leste da Ucrânia e da Crimeia, assim como líderes e oligarcas russos. Assim, o número de pessoas que terão suas contas bancárias bloqueadas e vistos de entrada negados sobe para 119.

Entre eles estão os líderes separatistas Alexander Yakhharchenko e Vladimir Kononov, os chamados primeiro-ministro e ministro da Defesa da autoproclamada "República Popular de Donetsk".

Sergei Chemezov – tido como um antigo colaborador próximo do presidente russo, Vladimir Putin, dos tempos do serviço secreto da União Soviética – também foi sancionado. Ele é presidente do Rostec, grupo do setor de defesa que inclui a fornecedora de armas Rosoboronexport e uma empresa que planeja construir usinas de energia na Crimeia. A estatal Rosoboronexport disse não esperar que as sanções afetem seus negócios.

Como oficiais da UE haviam dito, com as novas sanções, três empresas do setor de defesa e as empresas de energia Rosneft, Gazprom Neft e Transneft estão na lista de estatais russas que não poderão mais financiar suas dívidas através dos mercados financeiros da UE. Mas as sanções não incluem o setor de gás e, em particular, a estatal Gazprom – a maior produtora de gás natural do mundo e a principal fornecedora da Europa.

Ministros russos e ucranianos reúnem-se nesta sexta-feira em Bruxelas para discutir acordos comerciais. Diplomatas dizem que a UE oferecerá à Rússia mais tempo para se ajustar ao acordo de livre-comércio europeu com a Ucrânia, que foi a gota d'água para o conflito na Ucrânia e que Moscou vê como uma ameaça a suas exportações.

LPF/rtr/ap/dpa