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Juventude do MPLA desafia jovens revolucionários em Angola

Pedro Borralho Ndomba (Luanda)8 de dezembro de 2014

A JMPLA, braço juvenil do partido no poder, quer realizar um debate "franco e aberto" com os ativistas do Movimento Revolucionário, promotores de várias organizações anti-Governo.

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Foto: DW/ Pedro Borralho

As manifestações anti-regime promovidas desde março de 2011 pelo auto-denominado Movimento Revolucionário, apesar de serem habitualmente reprimidas pelas autoridades angolanas, continuam a inquietar as estruturas de base do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA).

Após os últimos protestos na capital do país, nos dias 22 e 23 de novembro, que culminaram no espancamento de ativistas, com destaque para a estudante Laurinda Gouveia, torturada por alegados agentes da Polícia Nacional, a JMPLA -o braço juvenil do partido no poder - veio a público pedir um debate sério com os jovens revolucionários para saber o que leva os ativistas a manifestarem-se contra o Governo do Presidente José Eduardo dos Santos.

O desafio foi lançado à margem do V Congresso Extraordinário do MPLA, pelo líder da juventude do partido em Luanda. Tomás Bica considera que os ativistas estão a ser manipulados por forças estranhas e afirma que os jovens são “inocentes”.

“Mobilizar jovens para a inversão da ordem política ou constitucional é um erro. Nós, enquanto jovens, fundamentalmente a JMPLA na província de Luanda, lançamos um apelo e um desafio", afirmou o líder juvenil.

"Queremos um debate com estes jovens que efetivamente dizem ser revolucionários, porque queremos perceber qual é o fundamento dessa revolução. Se o fundamento dessa revolução for tirar o MPLA do poder, então é melhor organizarem-se num partido político e elaborarem uma estratégia de governação para a reflexão da população em 2017”, explicou Bica.

Movimento Revolucionário Flagge von MPLA in einem CAP Aktions Komitee
Jovens ativistas do Movimento Revolucionário. Da esquerda para a direita: Adolfo Campos, Nito Alves, Pedrowski TecaFoto: DW/ Pedro Borralho

Jovens ativistas "abertos ao diálogo"

Por sua vez, o ativista Adolfo Campos, em declarações à DW África, afirmou que o Movimento Revolucionário está aberto ao diálogo.

No entanto, de acordo com o jovem, os revolucionários só poderão debater os fundamentos das manifestações com as figuras de topo do MPLA, ou seja, com os membros do bureau político do mesmo partido, e não com Tomás Bica. Os jovens ativistas, na voz de Adolfo Campos, consideram que o líder da JMPLA em Luanda não tem bagagem suficiente para responder às questões que lhe serão colocadas.

“Nós queremos fazer um debate com as pessoas que têm o poder. Acho que falar com Bica é perda de tempo porque ele não será capaz de responder às minhas perguntas, não será capaz de fazer um debate”, justificou o ativista.

Movimento Revolucionário Flagge von MPLA in einem CAP Aktions Komitee
Manifestantes participam numa das marchas de protesto organizadas pelo Movimento Revolucionário em LuandaFoto: DW/ Pedro Borralho

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