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Investidores alemães preocupados com a situação na África do Sul

Claus Stäcker21 de novembro de 2014

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, foi à África do Sul, o parceiro mais importante que a Alemanha tem naquele continente. Onde ouviu as queixas e os receios dos empresários alemães.

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Foto: Claus Stäcker

Nenhuma escolta policial da praxe esperava Steinmeier à chegada ao aeroporto militar de Waterkloof, em Pretória. A quebra de protocolo pode ser entendida como um sinal de que a África do Sul dá mais importância às relações com a China e outros países emergentes do que à Alemanha. Frank Walter Steinmeier não comenta. Apenas reitera a relevância que ele confere a esta visita, o parceiro mais importante da Alemanha em África. E este continente, admite, tem sido negligenciado pelos políticos alemães: “Acho que esta atitude tem de mudar. E por isso mesmo, especialmente nos dias de hoje, se justifica uma viagem a África.”

Perante vários empresários em Joanesburgo, o ministro alemão elogiou as relações económicas entre os dois países, que já têm uma longa tradição. 600 empresas alemãs estão ativas na África do Sul e garantem 90 mil postos de trabalho. Mas os investimentos da China superam os alemães. Apesar do país, diz Steinmeier ser um “trampolim para África” para os investidores alemães.

Clima de investimento hostil

Südafrika Parlament in Cape Town Screenshot Chaos
O caos no Parlamento da Cidade do Cabo documentado na internetFoto: YouTube

Porém, as empresas estão preocupadas com a turbulência política e queixam-se de um clima de investimento hostil. Apontam, por exemplo, a nova lei de imigração, que dificulta a obtenção de vistos de trabalho, assim como a falta de protecção legal dos investimentos.

O empresário têxtil Franz Peter Falke, sócio-gerente de uma empresa familiar, considera que este é um erro estratégico: "É um sinal de alarme. Muitas empresas que estão preparadas para investir na África do Sul e no continente africano em geral estão muito preocupadas. Algumas estão mesmo a reter os seus investimentos.”

Conflitos políticos preocupam

Também os conflitos políticos contribuem para a ansiedade dos empresários. Recentemente, a polícia teve de intervir na Assembleia Nacional, depois de um deputado da oposição ter chamado “ladrão” ao Presidente Zuma e ignorado o pedido de ordem no Parlamento.

Lawson Naidoo, do Conselho do Progresso Constitucional – uma organização de democratas desiludidos - fala num choque no vigésimo ano da democracia sul-africana: “Os investidores querem saber se um país é politicamente previsível, se há um clima de estabilidade. Acho que estamos numa encruzilhada. Ver polícia armada nos corredores do Parlamento para resolver um conflito com um deputado é preocupante. Não julgávamos possível voltar a ver uma situação como esta na nossa sociedade democrática”.

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