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Imprensa alemã aponta Filipe Nyusi como favorito em Moçambique

Cristiane Vieira Teixeira17 de outubro de 2014

Segundo jornais e revistas alemães, Filipe Nyusi é claro favorito à presidência de Moçambique. Mídias destacam temores de retorno à violência após a divulgação dos resultados das eleições gerais de 15 de outubro.

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Foto: Fotolia

O jornal Die Tageszeitung traz uma reportagem sobre as eleições gerais moçambicanas na própria quarta-feira (15.10), dia do pleito. A primeira informação apresentada é a de que haverá troca de Presidente em Moçambique, uma vez que Armando Guebuza está deixando o cargo.

"Isso traz simpatia para o seu partido FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique], uma vez que há poucos exemplos de Presidentes no continente africano que abrem mão do poder, mesmo que contrariando a Constituição," escreve o jornalista.

A reportagem faz ainda um apanhado do pano de fundo das eleições citando os recentes confrontos entre as forças governamentais e o maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

O combate à pobreza e à currupção são apresentados como motes da campanha do líder da RENAMO, Afonso Dhlakama. Também o posicionamento do Presidente Armando Guebuza em realizar negociações para o fim das hostilidades e a manutenção da data do pleito é citado como um ponto positivo para a FRELIMO.

Wahlen Mosambik 15.10.2014 Wahlurne Stimmabgabe
Eleitores moçambicanos foram às urnas na última quarta-feira (15.10), para eleger um novo Presidente e um novo ParlamentoFoto: Getty Images/AFP/Gianluigi Guercia

Foram ouvidos dois especialistas que falam ainda da força doMovimento Democrático de Moçambique (MDM), em temores do retorno à violência após a divulgação dos resultados e dos problemas que o próximo Presidente irá enfrentar: uma dívida que mais do que duplicou nos últimos quatro anos, apesar das riquezas naturais ainda por explorar em Moçambique.

O Süddeutsche Zeitung aponta Filipe Nyusi como o candidato mais promissor à presidência. Tendo em conta os recentes confrontos entre o Governo e a RENAMO e considerando também recente a assinatura do novo acordo de paz, o jornal descreve como "uma exceção gritante, na África, que o Presidente Guebuza entregue o poder, em tal situação. Como muitos de seus colegas, ele teria adiado as eleições e permanecido no poder."

O Süddeutsche Zeitung destaca ainda o temor de retorno à violência após as eleições.

Informação de Fundo

O diário socialista Neues Deutschland dedicou três reportagens às eleições gerais em Moçambique nas quais traça um profundo histórico político do país.

Nas matérias, o jornal revela a permanência da FRELIMO no poder desde à independência de Portugal, em 1975. "Nisto pouco deve mudar nestas eleições," escreve o jornalistas que também aponta Filipe Nyusi como futuro Presidente do país, "uma vez que governar em Moçambique é uma norma prerrogativa da FRELIMO."

A reportagem lembra os resultados das eleições passadas, quando Guebuza foi eleito com quase 75% dos votos, e também o crescimento registrado pelo MDM nas autárquicas de 2013 – pleito ao qual a RENAMO renunciou.

Wahlkampf 2014 Mosambik Filipe Nyusi
O candidato do partido no poder, Filipe Nyusi da FRELIMO, é apontado pela imprensa alemã como favorito à presidência de MoçambiqueFoto: picture-alliance/dpa

Fala-se também das mais recentes hostilidades que levaram o Governo e a RENAMO à mesa de negociações e questiona-se os benefícios que a RENAMO possa receber nas runas.

"Um pouco surpreendente é a grande quantidade de pessoas que foram aos comícios de Dhlakama," escreve o jornalista.

Temor à violência

A revista Focus traz informações báscias sobre as eleições gerais moçambicanas. Cerca de 11 milhões eleitores são chamados às urnas para eleger um novo Presidente e um novo Parlamento, informa a Focus.

A revista aponta Filipe Nyusi como claro favorito à sucessão do Presidente Armando Guebuza e apresenta os dois outros candidatos: Afonso Dhlakama, "líder do antes grupo rebelde RENAMO" e Daviz Simango, presidente do MDM e prefeito da segunda maior cidade do país, a Beira, e que, segundo a Focus, "se apoia na insatisfação das pessoas perante o elevado desemprego e o crescente aumento do custo de vida."

Wahlen Mosambik 15.10.2014 Afonso Dhlakama
Histórico de conflitos entre a RENAMO, liderada por Afonso Dhlakama (foto), e a FRELIMO levanta temores de retorno à violência após a divulgação dos resultados das eleições, informa a imprensa alemãFoto: DW/A. Cascais

Já a revista Stern define as eleições gerais moçambicanas como "uma prova para a estabilidade do país." A breve reportagem destaca que, "segundo pesquisas, Filipe Nyusi, do partido no poder, FRELIMO, tem boas chances de ser o sucessor de Armando Guebuza, que depois de dois mandatos não pode continuar na presidência."

De acordo com a revista, também o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama é apontado como "forte" pelas pesquisas. A Stern lembra que a FRELIMO está no poder desde 1975, na sequência do Período Colonial.

Já o Rheinische Post destaca que mais do que saber quem será o novo Presidente de Moçambique, as eleições gerais deixam no ar a pergunta sobre se o pleito ficará marcado por acusações de fraude eleitoral e o consecutivo o retorno à violência após a divulgação dos resultados.

O jornal lembra que apesar das riquezas naturais e do crescimento económico de 7% ao ano desde 2010, o país é um dos mais pobres do continente africano.

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