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Ex-líderes do Pegida fundam novo movimento

2 de fevereiro de 2015

Grupo "Democracia Direta para a Europa" tem como objetivo que alemães e europeus participem de decisões políticas diretamente, como nos referendos na Suíça. Imigração e asilo continuam sendo temas de discussão.

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Foto: picture-alliance/dpa/S. Kahnert

Kathrin Oertel, ex-porta-voz do movimento Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente"), anunciou nesta segunda-feira (02/02) que um novo grupo, intitulado "Democracia Direta para a Europa", realizará sua primeira manifestação no próximo domingo. Na semana passada, Oertel e outros quatro membros do Pegida entregaram seus cargos.

De acordo com Oertel, a nova organização possui as características de ser conservadora e próxima aos cidadãos. O objetivo das manifestações é "a introdução da democracia direta na Alemanha, em todos os níveis", semelhante à aplicação de referendos na Suíça, onde todos os cidadãos podem votar sobre determinadas questões. "O foco do movimento é que todos os cidadãos de países da União Europeia (UE) tenham voz ativa no governo", disse Oertel.

Porém, imigração e asilo, com certeza, continuarão sendo um tema de discussão, afirmou, acrescentando que um programa mais detalhado do movimento será publicado em breve, na página do grupo no Facebook.

Em sua manifestação de estreia, Oertel espera que aproximadamente 5 mil pessoas compareçam à Praça Neumarkt, no centro de Dresden – número significativamente menor do que os 17 mil manifestantes da última marcha do Pegida, no mesmo local.

Oertel também fez questão de frisar que o novo grupo não é, de forma alguma, "um movimento contra o Pegida". É simplesmente um movimento "conservador", que quer oferecer uma voz política inclinada mais à direita do que a atualmente oferecida pela União Democrata Cristã (CDU) da chanceler federal alemã, Angela Merkel, diz Oertel.

Foto à la Hitler e neonazistas são motivos de renúncia

Quanto à sua decisão de, juntamente com outros quatro membros, deixar a liderança do Pegida, Oertel citou o escândalo relacionado ao cofundador do movimento, Lutz Bachmann, que posou caracterizado como Adolf Hitler numa fotografia publicada nas redes sociais.

Outra razão foi a suposta ligação com o Legida, que se autodenominaram a versão do Pegida em Leipzig. Segundo Oertel, a participação de hooligans xenófobos numa marcha do Legida a deixou "horrorizada".

Bachmann quis se juntar à equipe de organização do novo movimento, mas Oertel e os outros líderes recusaram. Ela também negou ter se juntado ao partido de direita e eurocético Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão), como afirmou o copresidente do partido, Bernd Lucke.

PV/afp/dpa/epd