1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Em carta publicada no NYT, Venezuela nega ser ameaça

17 de março de 2015

Em texto de página inteira publicado no "The New York Times", presidente Nicolás Maduro pede fim imediato de ações hostis de Washington contra os venezuelanos. Sanções são ordem "tirana e imperial", diz.

https://p.dw.com/p/1EsLc
Venezuela Präsident Nicolas Maduro vom Parlament mit Sondervollmachten ausgestattet
Foto: Reuters/J.Silva

Uma semana após os Estados Unidos aplicarem sanções contra funcionários do governo venezuelano, o governo em Caracas publicou nesta terça-feira (17/03) uma carta aberta à população americana no influente jornal The New York Times.

Sob o título "a Venezuela não é uma ameaça", o governo de Nicolás Maduro pede que Washington ponha um fim imediato às "ações hostis contra os venezuelanos e a democracia".

Publicada como anúncio de página inteira, a carta, na página sete do NYT, critica tanto a afirmação do governo dos EUA de que a Venezuela representa uma ameaça à segurança nacional americana quanto a "emergência nacional" declarada pela Casa Branca a fim de impor sanções contra Caracas.

No dia 9 de março, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou a aplicação de sanções a sete funcionários do governo da Venezuela, acusando-os de violação dos direitos humanos e corrupção. Obama declarou ainda "emergência nacional" nos EUA devido ao "extraordinário risco" à segurança americana representado pela situação na Venezuela.

O presidente venezuelano, signatário da carta, classifica as ações como "desproporcionais, unilaterais e agressivas". E ressalta que tal decisão de Obama foi rechaçada por unanimidade dos 33 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e o Caribe (Celac), e pelos 12 Estados-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

"O presidente dos EUA, sem qualquer autoridade para interferir em nossos assuntos internos, emitiu unilateralmente um conjunto de sanções contra funcionários venezuelanos e abriu as portas para continuar com esse tipo de sanções, interferindo em nossa ordem constitucional e nosso sistema de Justiça", diz a carta. "Não permitiremos que nossa amizade com o povo dos EUA seja afetada por esta decisão absurda e sem fundamento do presidente Obama."

Para Maduro, as sanções violam o princípio da soberania dos venezuelanos. Ele as classifica como uma "ordem tirana e imperial, que nos empurra novamente aos dias mais obscuros da relação dos Estados Unidos com a América Latina e o Caribe".

Por fim, Caracas enumera três pedidos: o fim das "ações hostis" de Washington contra Caracas; que seja suspensa a ordem do Executivo que considera a Venezuela uma ameaça; e o fim das sanções contra os "honrados" funcionários venezuelanos.

Perguntado sobre a carta aberta dos venezuelanos, o senador republicano dos EUA Marco Rubio afirmou não considerar que a Venezuela seja uma ameaça aos EUA, "mas sim o governo de Maduro". Rubio lembrou que, sob o comando de Maduro, a Venezuela apoia "a Síria, o Irã, os terroristas das Farc e narcotraficantes que mandam drogas para os Estados Unidos".

MSB/dpa/efe/afp