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Eleições no Irã: Ahmadinejad castigado nas urnas

3 de março de 2012

Presidente Mahmud Ahmadinejad sofreu uma severa derrota nas eleições legislativas. Contagens parciais dão vitória ao bloco conservador leal ao líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.

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Ahmadinejad: recado dos eleitoresFoto: Reuters

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, sofreu uma severa derrota nas eleições legislativas realizadas na sexta-feira (02/03) no Irã. De acordo com as primeiras contagens parciais, três quartos dos eleitores votaram no bloco conservador liderado pelo presidente do Parlamento, Ali Larijani, afirmou o canal estatal Press TV.

O grupo ligado a Larijani, aliado do líder religioso aiatolá Ali Khamenei, obteve pelo menos 102 dos 197 mandatos decididos até então, de acordo com os resultados prévios apresentados na tarde deste sábado. Caso essa tendência seja confirmada para o total de 290 assentos do Parlamento, Ahmadinejad pode vir a enfrentar sérias dificuldades para governar.

O forte desempenho do grupo leal a Khamenei e o suposto alto nível de participação do eleitorado foram avaliados como um claro apoio ao regime teocrático iraniano. A mídia estatal afirmou que nível de comparecimento dos eleitores registrado foi de mais de 67%. O ministro do Interior, Mostafa Mohammed Najjar, afirmou mais tarde que o percentual de participação foi de 64,2%.

Oposição duvida de estatística

A oposição, entretanto, que havia convocado a população a boicotar o pleito, diz não acreditar na estatística divulgada pelo governo. O resultado final das eleições deve ser divulgado no início da semana.

A eleição, que convocou às urnas 48 milhões de cidadãos votantes, foi o primeiro pleito importante desde a controversa reeleição de Ahmadinejad, em 2009. Já antes da campanha, houve numerosas intimidações a opositores do regime.

Segundo anunciou a agência de notícias semioficial Mehr, a irmã do presidente, Parvin Ahmadinejad não conseguiu se eleger para o assento a que concorrera em Garmsar, cidade natal do presidente, tendo perdido para um rival conservador. Sua derrota foi vista como um golpe duro para o atual chefe de Estado.

Disputa entre conservadores

Devido ao fato de não existir oposição real no país desde a repressão brutal aos movimentos de protesto contra o regime, há três anos, esta eleição serviu principalmente como um palco de disputas entre as forças conservadoras, e não deve acarretar mudanças significativas no curso político do país. No entanto, é possível que já esteja se preparando o caminho para a um sucessor conservador de Ahmadinejad, a ser eleito no final de 2013. O atual presidente não pode se candidatar mais.

O Parlamento iraniano tem mais poder do que a maioria dos órgãos similares no Oriente Médio, mas não exerce influência direta sobre as decisões tomadas pelo aiatolá Khamenei. Além disso, falta um controle sobre importantes órgãos de poder submetidos diretamente ao líder supremo, como a Guarda Revolucionária.

MD/dadp/dpa
Revisão: Augusto Valente