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Fusão

Agências (ca)12 de setembro de 2008

Mais eficiência, menos custos e maior proteção contra investidores estrangeiros levam a mais uma fusão de bancos na Alemanha: Deutsche Bank tornou-se maior acionista individual do concorrente Postbank.

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Deutsche Bank e Postbank não extingüirão postos de trabalhoFoto: AP

Com a compra de 29,75% das ações do Postbank, banco dos correios alemães (Deutsche Post), o Deutsche Bank se tornou o maior acionista isolado do banco concorrente, informaram os institutos financeiros nesta sexta-feira (12/09).

Para adquirir a parcela majoritária da filial da Deutsche Post, o maior banco alemão pagou 2,79 bilhões de euros em dinheiro, o que corresponde a um preço de 57,25 euros por ação. O Deutsche Bank planeja uma elevação de capital de até dois bilhões de euros para financiar a transação.

O acordo deverá entrar em vigor no primeiro trimestre de 2009 e depende ainda da aprovação das autoridades reguladoras e antitruste, como também do governo federal alemão. No entanto, o ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück, já declarou estar de acordo com a fusão dos institutos financeiros. Segundo ele, o governo alemão não usará seu direito de vetar a transação.

Diferentemente da fusão Commerzbank/Dresdner Bank, que planeja extinguir nove mil postos de trabalho, todas as filiais e funcionários do Deutsche/Postbank deverão ser mantidos.

Financiamentos, produtos e clientes

Deutsche Bank Postbank Ackermann und Appel
Josef Ackermann, presidente do Deutsche Bank e Frank Appel, chefe da Deutsche PostFoto: AP

O acordo também inclui a opção de o Deutsche Bank adquirir da Deutsche Post um pacote adicional de 18% do Postbank ao custo de 55,00 euros por ação. Esta opção poderá se concretizar entre 12 e 36 meses depois de efetuada a compra da atual parcela.

Os correios alemães também concederam ao Deutsche Bank o direito de compra de suas ações restantes do Postbank. A venda da parcela ao Deutsche Bank traria estabilidade, afirmou o presidente da Deustsche Post, Frank Appel.

"Com o Deutsche Bank encontramos um parceiro confiável que assume parcelas de nossa participação no Postbank no momento adequado", afirmou Appel. Os correios alemães poderão assim concentrar-se, futuramente, ainda mais no setor de logística, onde são líderes mundiais.

O Postbank possui 855 filiais em toda a Alemanha. O banco também está representado em mais de cinco mil postos de atendimento dos correios no país. Postbank e Deutsche Post pretendem estender esta cooperação para além de 2012.

O Deutsche Bank e o Postbank deverão trabalhar mais estreitamente na oferta de financiamentos imobiliários, produtos de investimento e clientes particulares. Com 14,6 milhões de clientes particulares, o Postbank é o maior banco do ramo na Alemanha.

Eficiência, custos e proteção

Deutschland Dresdner Bank und Commerzbank in Frankfurt
Commerzbank/Dresdner Bank foi outra grande fusãoFoto: AP

Mais eficiência, menos custos e maior proteção contra investidores estrangeiros: existem muitas razões para a atual onda de fusões bancárias na Alemanha. O setor bancário alemão encolhe há anos. Uma grande parte das fusões aconteceu em nível municipal ou regional. Poucas, no entanto, foram tão espetaculares como a recente compra do Dresdner Bank pelo Commerzbank e a atual fusão entre Deutsche Bank e Postbank.

Com cerca de 40 mil clientes por instituto financeiro, os bancos alemães são muito pequenos. Existem muitos bancos para poucos clientes. A média européia é de 54 mil clientes por banco. Na Espanha, esta média se eleva para 125 mil. Os custos de pessoal, da manutenção de filiais e das centrais de processamento de dados são muito altos. Esperam-se então novas fusões.

Segundo dados do Banco Central Europeu (BCE), o número de bancos e caixas econômicas da Alemanha diminuiu 40% entre 1997 e 2006. Dos 3.420 institutos de então, restaram somente 2.050. Na França, a situação não é diferente. No mesmo período de tempo, este número diminuiu de 1.260 para cerca de 830.

Especialistas afirmam que o setor bancário europeu também segue outra estratégia. Através de fusões no mercado interno, os institutos financeiros querem se estabelecer de tal forma, que bancos centrais estejam dispostos a apoiá-los em tempos difíceis.