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Crise aumenta preocupação de que proteção climática seja comprometida

17 de julho de 2012

Diante do enfraquecimento da economia, cresce preocupação que proteção climática seja comprometida. Encontro conhecido como Diálogo de Petersberg reuniu autoridades do Meio Ambiente de mais de 30 países em Berlim.

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Germany's Environment Minister Peter Altmaier (R) and Qatar's Deputy Prime Minister Abdullah bin Hamad Al-Attiyah (L) pose with attendants of the Petersberg Climate Dialogue (Petersberger Klimadialog) in Berlin July 16, 2012. Altmaier hosted the third installment of the Petersberg climate conference that brings together ministerial colleagues and environmental experts from over 30 countries to prepare for the UN climate conference in Doha later this year. REUTERS/Thomas Peter (GERMANY - Tags: POLITICS ENVIRONMENT)
Foto: Reuters

No encerramento da terceira edição do chamado Diálogo do Clima de Petersberg, em Berlim nesta terça-feira (17/07), representantes de mais de 30 países reconheceram a necessidade de passos mais ambiciosos na luta contra as mudanças climáticas.

Na declaração final do encontro, os participantes da conferência constataram com grande preocupação que as medidas aprovadas até agora não serão suficientes para cumprir a meta de que o aquecimento do planeta não supere os 2°C. "O clima não pode esperar mais", advertiu em Berlim o ministro alemão do Meio Ambiente, Peter Altmaier.

Diante do enfraquecimento da conjuntura econômica, cresce a preocupação de que os esforços pela proteção climática sejam comprometidos. Na abertura do encontro, na segunda-feira, a chefe de governo da Alemanha, Angela Merkel, alertou para "consequências terríveis" no caso de um aquecimento médio de 3°C a 4°C. Merkel exigiu mais ação dos participantes e um repensar consistente em prol da proteção climática.

Deutschland Umwelt Petersberger Klimadialog Umweltminister Peter Altmaier
Peter Altmaier: 'clima não pode esperar'Foto: dapd

Novo acordo do clima

Na última conferência sobre o clima, em novembro de 2011, na cidade sul-africana de Durban, representantes de 194 países concordaram com um cronograma com medidas para combater as mudanças climáticas. Até 2015, deve-se chegar a um acordo que seja aprovado por todos os Estados. As medidas previstas no tratado devem ser implementadas até 2020.

Os representantes da conferência em Berlim reiteraram esta meta, mas ao mesmo tempo deixaram claro que devem ser levadas em consideração as condições dos diversos países. Já o grau de vinculação do novo acordo com o direito internacional foi deixado em aberto.

Altmaier adverte de "surpresas desagradáveis"

Para a próxima conferência sobre o clima, no final do ano em Doha, capital do Catar, o ministro alemão do Meio Ambiente exigiu em Berlim um cronograma concreto para os próximos passos até 2015. "Não podemos deixar para o acaso, de outra forma, presenciaremos surpresas desagradáveis, provavelmente em 2018 ou 2019", alertou.

Altmaier se mostrou confiante de que a próxima conferência sobre o clima em Catar irá ter êxito. O encontro em Berlim serviu de preparação para a conferência. Como resultados, Altmaier mencionou a crescente tomada de consciência de que novos progressos são urgentemente necessários para a proteção climática, como também a convicção comum de que as sugestões da Conferência do Clima da ONU em Durban devem ser mantidas.

No entanto, as condições para negociar um novo tratado internacional sobre o clima não são das melhores. Pelo menos foi o que mostraram as recentes conferências da ONU, que não trouxeram progressos significativos. Como único acordo internacional sobre o clima, o Protocolo de Kyoto expira no final de 2012.

Ainda não se chegou a um acordo sucessor do Protocolo de Kyoto – somente a prorrogação do Protocolo de 1997 está em planejamento. Nesse contexto, disse Altmaier, o encontro em Berlim foi muito bom. "Porque foi criado um ambiente de trabalho que deve contribuir agora para que não se volte atrás na proteção climática internacional e para que se consigam progressos visíveis."

Katar Premierminister Abdullah bin Hamad Al-Attiyah Petersberger Klimadialog
Vice-premiê do Catar presidirá próxima Conferência da ONU sobre o climaFoto: Reuters/DW

Medidas nacionais

"Nós também conversamos sobre como medidas em nível nacional podem ser estabilizadas e fortificadas, paralelamente aos processos internacionais de negociação". Nesse ponto, Altmaier mencionou o exemplo do Brasil, que pretende obter 80% do seu abastecimento energético a partir da energia renovável. "Também na China existem mudanças", acrescentou.

O ministro alemão disse ainda que agora é importante criar critérios comparativos de sucesso, válidos internacionalmente, para tais projetos. Além disso, o ministro defendeu a troca de ideias quanto aos exemplos de best practice. A mudança energética na Alemanha seria um desses exemplos.

O vice-primeiro-ministro do Catar, Abdullah bin Hamad al-Attiyah, também se mostrou satisfeito com a conferência em Berlim. "Todos puderam dizer o que esperam de Doha, e eu pude ouvir qual será a minha tarefa como presidente da conferência", disse.

CA/dw/dapd/kna
Revisão: Roselaine Wandscheer