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Remessa de dinheiro

Sabine Kinkartz (rw)6 de dezembro de 2007

Em todo o mundo, migrantes remetem 300 bilhões de dólares ao ano para seus países de origem. Grande parte deste dinheiro, no entanto, é gasto em taxas bancárias. Um site do governo alemão promete ajuda.

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Turquia é o país mais beneficiado pelas remessas da AlemanhaFoto: BilderBox

Cerca de 460 mil pessoas, ou seja, 14% da população de Berlim, são estrangeiras. Muitas delas remetem dinheiro para o sustento das famílias nos países de origem. As taxas cobradas para estas remessas, no entanto, podem ser altas.

No caso de uma quantia enviada para a Nigéria, por exemplo, a remessa pode ser rápida, mas em compensação o destinatário chega a receber apenas a metade do dinheiro.

Screenshot Internetportal www.geldtransfer.de
www.geldtransfer.deFoto: www.geldtransfer.de

Aspectos positivos e negativos das várias instituições que fazem transferências de dinheiro para o exterior podem ser encontrados num novo serviço oferecido pelo governo alemão, desenvolvido com a Cooperação Técnica Alemã (GTZ) e a Frankfurt School of Finance and Management. Os serviços oferecidos por 40 bancos e empresas de transferência de dinheiro são comparados no site www.geldtransfair.de.

O dinheiro falta nas nações pobres

Se as taxas cobradas pela transferência fossem reduzidas às praticadas entre os países industrializados, os países em desenvolvimento ainda receberiam somas bilionárias, ressaltou a ministra de Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul: "Trata-se de baixar os custos, garantindo a transparência e a competitividade entre os que oferecem este serviço".

Num primeiro passo, a página está sendo oferecida para transferências apenas aos seis principais destinatários de remessas alemãs, que são Albânia, Gana, Marrocos, Sérvia, Turquia e Vietnã. Nos próximos dois anos, o serviço deve ser ampliado para remessas a mais 15 países. Seu financiamento se dará através de anúncios.

Uma transferência de 100 euros para a Albânia, por exemplo, pode custar entre 1,50 e 25 euros. Alimentada com as informações pelo usuário, a nova página na internet decide se é mais prático depositar o dinheiro diretamente numa agência bancária ou se vale mais a pena fazer a remessa online.

Turcos são campeões em envio de dinheiro

A maior quantidade de dinheiro enviada por imigrantes a partir da Alemanha teve como destino a Turquia. Em segundo lugar aparece a Sérvia. Para o presidente do Banco Central sérvio, Radovan Ielasic − que residiu na Alemanha até oito anos atrás −, as remessas feitas por trabalhadores sérvios no exterior são importantes fontes de renda.

"Calculamos que em 2006 foram enviados para a Sérvia 3 bilhões de dólares. Isto corresponde a cerca de 8% do nosso PIB. Só da Alemanha, são enviados 300 milhões de dólares ao ano", explica.

Se considerarmos o mundo todo, as somas enviadas pelos migrantes aos seus países de origem são mais altas do que os investimentos diretos do exterior nos países em desenvolvimento. E estes investimentos sempre correspondem ao dobro do que é concedido oficialmente em termos de ajuda ao desenvolvimento.

Incentivo direto à economia

O dinheiro que chega do exterior sustenta não só as famílias dos emigrados, como também financia pequenas empresas ou a compra de habitações. Isto reverte em benefícios para a economia regional.

Os economistas acreditam que apenas a metade das transações seja feita através de bancos. Se as taxas baixarem, isto pode mudar. No Reino Unido, onde há muito tempo já existe um site semelhante, os custos das transferências de dinheiro para a Índia caíram em até 40%.

Um dos empecilhos nas remessas de dinheiro a países em desenvolvimento são as estruturas financeiras. Um site na internet, por si, não pode corrigir este problema, afirma o ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück.

Segundo ele, o governo alemão deveria fazer muito mais para incentivar a auto-ajuda nestes países. "Qualquer um deveria ter a chance de abrir uma conta bancária que lhe possibilitasse praticar transações financeiras", defende Steinbrück.