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CPLP volta a focar na Guiné-Bissau

João Carlos19 de junho de 2013

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa pondera envio de uma missão parlamentar à Guiné-Bissau ainda antes das eleições gerais apontadas para o final deste ano.

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CPLP se engaja em nome da Guiné-BissauFoto: DW/J. Carlos

O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza a 18 de Julho na capital moçambicana, Maputo, poderá determinar a agenda para o envio de uma missão parlamentar da organização lusófona à Guiné-Bissau.

A informação foi confirmada, nesta quarta feira (19.06), por Vicente Guterres, presidente do Parlamento Nacional de Timor-Leste e da Assembleia Parlamentar da CPLP, após um encontro à porta fechada na sede da CPLP, em Lisboa, antes de uma audiência dos parlamentares da CPLP com o presidente português Cavaco Silva.

CPLP parceira

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa não reconheceu o Governo de Transição da Guiné-Bissau saído do golpe de Estado de 12 de abril de 2012. Por isso, pretende agora tomar uma atitude.

Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República portuguesa, disse em conferência de imprensa que, depois dos progressos registrados, a situação na Guiné-Bissau exige de todos disponibilidade de colaboração.

Helder Vaz, diretor-geral da Organização lusófona, disse à DW África que "a CPLP encontrará as melhores respostas para apoiar o processo de normalização da Guiné Bissau, para que o povo da Guiné-Bissau possa finalmente encontrar a tranquilidade e a estabilidade para desenvolver os imensos recursos naturais que o país possui."

"A CPLP é um parceiro da Guiné-Bissau e sê-lo-á sempre", enfatizou Vaz.
Segundo Vaz e Guterres, a CPLP está recetível a prestar "um apoio firme, efetivo e substancial", "mas que conduza a Guiné-Bissau a encontrar o seu caminho para que os guineenses possam pensar com suas próprias cabeças e marchar com os seus próprios pés", destacaram.
Risco de greve de fome

Os apoios aos quais as autoridades se referem abrangerão, por exemplo, os setores da saúde e da educação. Para José Ramos-Horta, representante especial das Nações Unidas (ONU) para a Guiné-Bissau,estas ajudas não devem estar sujeitas às sanções da comunidade internacional.

Portugal Lissabon CPLP Vicente Guterres Helder Vaz
Vicente Guterres e Helder VazFoto: DW/J. Carlos

João Lourenço, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional de Angola, assegurou, numa conversa com jornalistas, que "Luanda mantém as portas abertas" para ajudar a Guiné-Bissau retornar à normalidade constitucional.

A situação neste país de língua portuguesa, incluindo a preparação das eleições legislativas e presidenciais a cargo do recém-constituído Governo de Transição, também dominou a reunião informal dos Presidentes de Parlamentos dos Países de Língua Portuguesa, que teve lugar esta terça-feira na capital portuguesa.

Durante os trabalhos no Parlamento português, o representante especial da ONU para a Guiné-Bissau fez uma explanação exaustiva do panorama político, económico e social daquele país lusófono.

Numa entrevista publicada nesta quarta-feira (19.06) por um diário português, o ex-presidente timorense, José Ramos-Horta, agora a serviço da ONU, adverte sobre a possibilidade do país vir a sofrer uma situação greve de fome.

Questionado sobre este cenário, Vicente Guterres deu conta de possíveis contactos com as autoridades de Bissau no sentido de se encontrar respostas em conjunto, se for o caso.

"Vamos apelar ao executivo para que possa rapidamente ser feito algo para que não haja fome em nenhum país da CPLP. Muito menos na Guiné Bissau que está a passar por um momento especial e difícil", explicou Guterres.

CPLP volta a focar na Guiné-Bissau