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Condenados chegam a local de execução na Indonésia

25 de abril de 2015

Jacarta notifica os nove próximos na fila de execução, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, e fuzilamentos podem ocorrer após 72 horas. Em Paris, manifestantes pedem pela não execução de cidadão francês.

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Indonesien Todeskandidaten Rodrigo Gularte
Rodrigo Gularte, em 2004Foto: AFP/Getty Images

Os oito estrangeiros e um indonésio condenados à morte por tráfico de drogas na Indonésia – entre eles, o brasileiro Rodrigo Gularte – foram levados para a prisão de segurança máxima onde ocorrerá o fuzilamento. O presídio fica em Nusakambangan, em Cilacap, a 400 quilômetros de Jacarta. Neste sábado (25/04), as autoridades indonésias notificaram os nove condenados sobre o cumprimento da pena, que já pode ocorrer após 72 horas.

Além do brasileiro, estão na fila de execução cidadãos da Austrália, Filipinas, Nigéria e de Gana. Rodrigo Gularte está preso desde julho de 2004, quando entrou na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe.

Ao anunciar as notificações, o porta-voz do procurador-geral da Indonésia, Tony Spontana, não precisou a data das execuções. No entanto, a defesa da filipina Mary Jane Veloso, uma das condenadas à morte, disse que a sua cliente foi informada que seria executada na próxima terça-feira.

Diplomatas e familiares dos estrangeiros condenados estiveram na ilha de Nusakambangan, onde se reuniram com autoridades indonésias e com os condenados à morte, segundo informou o jornal O Globo.

Tentativas frustradas

A defesa de Gularte ainda tenta convencer a Justiça da Indonésia de que ele precisa de tratamento psiquiátrico, na tentativa de adiar a execução. O governo brasileiro também continua "realizando gestões sobre o caso, por razões humanitárias e tendo em conta o estado de saúde do cidadão brasileiro", informou o Itamaraty à Agência Brasil.

Indonesien Todeskandidaten Sergei Atlaoui
Em Paris, manifestações pediram que francês Serge Atlaoui (foto) não seja executadoFoto: picture-alliance/dpa/M. Irham

O Itamaraty ressaltou os reiterados pedidos feitos, "em caráter urgente", de internação imediata do brasileiro em um hospital local.

Na sexta-feira, o encarregado de Negócios da Indonésia no Brasil foi convocado para uma reunião com o embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, em um gesto que demonstra insatisfação do governo brasileiro com a situação.

Até agora, porém, todos os pedidos de clemência dos estrangeiros foram negados pelo presidente indonésio, Joko Widodo.

Manifestações na França

Um dos estrangeiros condenados à morte por tráfico de drogas e que também está na fila do fuzilamento, o francês Serge Atlaoui não foi levado para Nusakambangan. Tony Spontana informou que o cumprimento de pena do francês foi adiada porque ainda há um recurso legal pendente de exame.

Durante esta semana, o governo francês ameaçou retaliar a Indonésia caso Atlaoui, condenado em 2007, seja fuzilado. O presidente François Hollande chegou a falar em implicações "com a França e a Europa". Neste sábado, cerca de 200 pessoas participaram de um protesto em Paris contra a execução do francês.

Em janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de drogas, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a Indonésia e o Brasil. O país asiático, que retomou as execuções em 2013 após cinco anos, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico de drogas, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.

MSB/abr/afp/rtr