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China compra 60 aviões da Embraer

Ericka de Sá, de Brasília 17 de julho de 2014

Contratos foram assinados após encontro bilateral entre Dilma e presidente chinês no Planalto. Aeronaves serão entregues até 2018, e 40 delas irão para companhia aérea da China.

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Foto: picture-alliance/dpa

Após reunião em Brasília, a China anunciou a compra de 60 aeronaves da Embraer. Um dos contratos oficializa a venda, à Tianjin Airlines, de 40 aeronaves, sendo 20 unidades do modelo E-190 e outras 20 no modelo E-190E-2. Também serão vendidas 20 jatos E-190 ao Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).

Em comunicado enviado à imprensa, a Embraer afirma que a entrega dos primeiros aviões será entre 2015 e 2018. Desde que foram lançados, em 2004, já foram vendidas mais de mil unidades, que hoje operam em 65 companhias aéreas distribuídas em 45 países.

Os contratos foram assinados no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (17/07), após reunião bilateral entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente chinês, Xi Jinping. Os dois foram acompanhados, em uma reunião mais ampla, por empresários e ministros dos dois países. No total, durante a visita, foram assinados 54 acordos.

Quatro décadas de parceria

A compra dos aviões é realizada no momento em que os dois países celebram 40 anos de parceria, com a tentativa, por parte do Brasil, de ampliar o leque de produtos vendidos à China. Atualmente, a corrente de comércio chega a 90 bilhões de dólares, sendo o Brasil o maior destino de investimentos chineses na América Latina.

Para Dilma, a compra das aeronaves é um exemplo dessa diversificação das exportações. "Insisti [durante a reunião bilateral] na necessidade de diversificar as exportações e investimentos brasileiros", afirmou a presidente em discurso.

"Vamos seguir estimulando o crescimento contínuo e estável do comércio bilateral e fazer investimentos no setor de petróleo, energia elétrica, minério de ferro e agricultura, entre outros", disse por sua vez Xi Jinping, ao mencionar as outras áreas contempladas em acordos de cooperação.

Treffen von brasilianischen Präsidentin Dilma Rousseff und Xi Jinping in Brasilien
Acordo bilateral foi assinado entre Xi Jinping e DilmaFoto: Reuters

Outros acordos

Durante o encontro, foi acertada cooperação nas áreas de infraestrutura aeroviária, transporte aéreo, combustíveis ambientais e capacitação de profissionais. "O Brasil é o principal destino dos investimentos chineses na América Latina. Esses investimentos apresentam forte tendência ao crescimento e à diversificação em áreas como energia, tecnologias da informação e da comunicação, automóveis, alta tecnologia, bancos, petróleo, entre outros setores consolidam a China como grande parceira do desenvolvimento brasileiro", resumiu Dilma.

Na área de defesa, os dois países firmaram parceria para uso de tecnologias de sensoriamento remoto para o Sistema de Proteção da Amazônia. A área de infraestrutura também ganhou destaque, além de parcerias entre universidades dos dois países, e a ampliação de oferta de vagas de estágio para alunos do programa de intercâmbio Ciências sem Fronteiras.

A BYD, fábrica de células de baterias de fosfato de ferro e também maior produtora mundial de ônibus elétricos, anunciou a instalação de uma fábrica no Brasil até 2015. Segundo a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), a fábrica coloca o Brasil no grupo restrito de países que têm essa tecnologia, entre eles os Estados Unidos.

Temas globais

Dilma e Xi também trataram de temas globais relevantes, como a crescente tensão na Faixa de Gaza. A presidente brasileira disse que os dois países têm interesse em estreitar a coordenação nos mecanismos multilaterais, como Brics – cuja cúpula aconteceu esta semana – G-20, Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China) e nas Nações Unidas.

No âmbito econômico, Dilma disse que os dois países "têm se mostrado capazes de manter e ampliar suas políticas de crescimento econômico com inclusão social, combate à pobreza e redução das desigualdades", mesmo num "quadro internacional adverso".

"Nossos países têm importante papel a cumprir no processo, necessário e urgente, de reforma das instituições de governança econômica e política mundial", finalizou.