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Cheias deixam centro e norte de Moçambique às escuras

Nádia Issufo28 de janeiro de 2015

As chuvas estão a diminuir em Moçambique. Embora a situação dos afetados ainda seja difícil, já há sinais de melhoria, dizem testemunhas. Mas falta energia elétrica, o que afeta, por exemplo, o abastecimento de água.

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Habitantes de Mocuba, província central da Zambézia, abandonando a regiãoFoto: A Verdade

Um novo balanço das autoridades moçambicanas indica que o número de mortos em resultado das enxurradas subiu para 117, nas províncias da Zambézia, Nampula e Niassa, enquanto dezenas de pessoas (mais de 50) se encontram desaparecidas.

No que se refere a danos materiais mais de 8 mil habitações ficaram destruídas e outras 11 mil afetadas. Apesar dos prejuízos, a situação tende a melhorar, revelou à DW África o jornalista Selemane Hassamo da Rádio Nova Paz (parceira da DW) na província da Zambézia, a mais afetada: "Neste momento a chuva não está a cair e as águas já baixaram de nível. No distrito considerado mais preocupante, Mocuba, as obras de reconstrução da ponte que desabou já inciaram. O empreiteiro já está no terreno a iniciar as obras."

Recorde-se, que a ponte sobre o rio Licungo ficou parcialmente destruída com a enchente no passado dia 12 de janeiro. Assim, a ligação entre o centro e norte do país está cortada. As autoridades procuram agora uma alternativa à ponte. Elas prometem finalizar até sexta-feira (30.01) a construção de um desvio rodoviário, através do rio Namilati.

Regenfälle in Mosambik
Rio LicungoFoto: A Verdade

E em Nampula, mais concretamente em Nacala, também se verificam sinais de melhoria, como nos conta o citadino Edson Rajá: "Em relação a situação das chuvas, pararam já há três dias. Mas até segunda-feira (26.01) houve chuviscos. Estamos otimistas".

Gerador é alternativa para quem tem recursos

Embora a precipitação esteja a diminuir, os seus estragos não seguem pelo mesmo caminho. Como resultado grande parte das regiões centro e norte estão sem energia elétrica. Dez postos de alta tensão cairam na localidade de Mocuba, província da Zambézia, afetando outras províncias. 300 mil casas estão sem corrente elétrica.

Mosambik Überschwemmungen
Vítimas das enchentes tentam salvar os seus parcos bensFoto: DW/M. Mueia

Selemane Hassamo, conta que "neste momento a energia elétrica é fornecida aos distritos da zona centro da província da Zambézia, enquanto os do norte não teem corrente elétrica. Atualmente os trabalhos estão em curso no terreno de modo a fazer a reposição da energia elétrica".

Mas o jornalista está esperançoso: "Fala-se que dentro de 10 a 20 dias a energia chegue a zona norte da província da Zambézia. A situação é dramática para a população, mas para as pessoas que teem recursos usam energia produzida por geradores."

E Edson Rajá confirma as consequências da queda das torres para a sua província, Nampula: "Estamos há já duas semanas e meia sem corrente elétrica desde a queda das torres no centro do país. A região norte ficou completamente às escuras, as províncias de Nampula e Cabo Delgado e Nacala, pertencente a Nampula."

Mosambik Überschwemmungen
Muitas crianças terão o seu primeiro trimestre escolar comprometido por causa das cheiasFoto: DW/M. Mueia

Água só falta na canalização

E falta de energia está a causar outro tipo de diculdades. Edson Rajá destaca que esta situação também está a criar dificuldades no abastecimento de água potável. "A cidade está sem água e sómente de vez em quando o fornecimento do precioso líquido é restabelecido. Mas porque a energia dura pouco tempo e necessita-se de algumas horas para carregar as condutas e só depois iniciar o fornecimento, às vezes isso dura somente sete a dez minutos. Depois a àgua é cortada".

Enquanto isso, na próxima semana deveria ter início o ano letivo, mas há o risco das crianças terem de adiar a ida à escola. Rajá de Nacala confirma que algumas escolas sofreram com as chuvas e enchentes, mas não foram muitas."

O residente de Nampula disse ainda em conversa com a DW África que "muita gente ficou com as suas casas completamente destruídas, mas o Governo local e o Conselho Municipal estão a desenvolver esforços junto do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades Naturais (INGCN) para que apoios concretos em produtos alimentares e material de construção sejam distribuídos às populações mais atingidas."

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