1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Chefe da F1 no banco dos réus

Thomas Klein (rcc)24 de abril de 2014

Bernie Ecclestone senta no banco dos réus de um tribunal alemão para responder a acusações de suborno. Ele teria pago 44 milhões de dólares ao diretor de um banco.

https://p.dw.com/p/1Bnnv
Foto: Getty Images

Há quase 40 anos que o britânico Bernie Ecclestone conduz o mundo da Fórmula 1. Desde então, ele transformou o evento num negócio multimilionário e também num dos mais lucrativos do planeta.

O ex-vendedor de carros usados nunca fez questão de esconder seus métodos pouco convencionais de fazer negócios. "Não somos como a máfia – nós somos a máfia", declarou certa vez.

E são esses negócios duvidosos que podem levar o britânico de 83 anos para a cadeira. A partir desta quinta-feira (24/04), ele responde perante o Tribunal Regional Superior de Munique por graves acusações de tentativa de suborno e corrupção.

"Isso é somente uma parte pequena, bem pequena da minha vida. Na verdade, não deveria ter importância nenhuma, mas no momento está custando um bocado de tempo", declarou Ecclestone à emissora alemã ARD.

Suborno na casa dos milhões

Ecclestone disse que vai aproveitar o processo para expor os fatos. Ele tem mesmo muito para explicar. Para garantir seu poder na Fórmula 1, o britânico teria pago 44 milhões de dólares em suborno ao ex-diretor do banco alemão Bayern LB Gerhard Gribkowsky.

À época, tratava-se da venda da participação do Bayern LB na Fórmula 1 ao fundo de investimento britânico CVC, que já havia deixado claro que gostaria de manter Ecclestone como diretor da Formula One Group, que administra a competição.

Do outro lado estão as afirmações de Gribkowsky, que já foi condenado a oito anos e meio de prisão por aceitar o dinheiro, em outro processo. O antigo diretor do banco fez duras acusações a Ecclestone, que nega tudo e diz ter sido chantageado por Gribkowsky. O alemão ameaçou denunciar o intrincado modelo de negócios do britânicos às autoridades do Reino Unido.

F1 sem chefe?

Se condenado, o chefão da Fórmula 1 pode pegar até dez anos de prisão. O grupo CVC, que adquiriu os direitos da Fórmula 1 em 2006, anunciou que haverá consequências em caso de condenação.

"Se for provado que Ecclestone fez coisas erradas de modo criminoso, ele será afastado", afirmou o co-fundador Donald MacKenzie no fim do ano passado. Há tempos circula o boato de que uma consultoria já teria recebido a tarefa de encontrar um sucessor.

Pelos próximos meses, Ecclestone terá de sentar-se no banco dos réus de uma a duas vezes por semana. São 26 audiências marcadas até o fim de setembro.

Embora as críticas de dentro da Fórmula 1 sejam cada vez mais fortes, o escândalo não parece ter provocado maiores danos ao senhor de 83 anos. Isso pode mudar a partir de agora – Ecclestone poderá perder o controle da Fórmula 1, que pode, ainda este ano, ficar sem chefe.