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Caso Rafael Marques e imigração portuguesa a Moçambique destacados pela mídia alemã

Cristiane Vieira Teixeira9 de agosto de 2013

Jornalistas alemães consideram que Justiça angolana ignora princípios básicos do Direito Internacional. Imigração portuguesa a Moçambique atingiu números inimagináveis: 200 chegadas por semana.

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Caso Rafael Marques e imigração portuguesa a Moçambique destacados pela mídia alemãFoto: Fotolia

A revista alemã Der Spiegel dedicou uma coluna ao caso Rafael Marques, esta semana. O texto traz avaliações fortes como: “O corrupto Governo angolano quer calar seu mais forte crítico com um novo processo” ou “Ele descreve o Presidente José Eduardo dos Santos como um ditador”.

A reportagem explica que o ativista Rafael Marques faz denúncias de enriquecimento de generais e políticos por meio dos negócios do petróleo, em seu site Maka Angola e que, por isso, a Justiça angolana instruiu um processo contra ele por calúnia e difamação, em janeiro.

As ofensas se deveriam também às denúncias de violações dos direitos humanos, feitas pelo ativista no livro “Diamantes de Sangue”, que geraram ainda um processo em Portugal.

“Assim, a Justiça angolana ignora a máxima do Direito Internacional, de que ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma matéria penal”, finaliza o jornalista alemão.

Caminho de volta

Maputo, Hauptstadt von Mosambik
O número de registros de portugueses em Moçambique cresceu em 10% no último ano, revela a reportagem do Die TageszeitungFoto: picture-alliance/dpa

“De Portugal a Moçambique. A crise no Sul da Europa inverte a imigração: o alto índice de desemprego leva os portugueses às antigas colónias”, é a manchete do Die Tageszeitung.

Numa longa reportagem, feita a partir de Maputo, o jornal alemão conta histórias dos imigrantes e revela a preferência deles por Moçambique, uma vez que o custo de vida em Angola é muito mais alto.

Pelo menos duas centenas de portugueses chegam a Moçambique por semana e o número de registros cresceu em 10% no último ano, revela a reportagem. O custo de vida em Maputo teria aumentado e o governo moçambicano estaria mais severo na concessão de vistos.

Paralelamente, o jornalista descreve a vida em Maputo como livre de estresse, segura e, sobretudo, quente.

Fogo paralisa Jomo Kenyatta

O incêndio no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairobi, no Quénia, foi outro tema que ganhou as páginas da imprensa alemã.

O Frankfurter Allgemeine Zeitung falou numa coincidência: o incêndio ocorreu exatamente 15 anos depois dos supostos ataques da Al Qaeda à embaixada dos EUA em Nairobi e na capital da Tanzânia, Dar es Salaam, que deixaram 224 mortos.

Feuer am Flughafen in Nairobi
Aeroporto internacional Jomo Kenyatta, em Nairobi, que teve um de seus três terminais quase totalmente destruído por incêndioFoto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

O jornal ressaltou a importância do aeroporto para o tráfego aéreo na África Oriental, por onde no ano de 2012 passaram 6,2 milhões de passageiros. Além disso, o aeroporto é considerado um importante ponto de trânsito para a exportação de  flores, especialmente para os Países Baixos. No mês de agosto, chegam pelo Jomo Kenyatta muitos turistas da Europa e da América aos santuários da vida selvagem no Quênia.

O Der Tagesspiegel falou na destruição “quase completa” de um dos três terminais do aeroporto, acrescentando o registro de duas pessoas com ferimentos leves. Como os hidrantes não funcionaram, revela a reportagem, foi preciso apelar aos carros-pipa. Na quarta-feira, 10 mil passageiros perderam suas conexões, segundo o jornal, apesar da transferência de muitos vôos para o aeroporto de Mombaça.

Também o Neue Zürcher Zeitung, o Berliner Zeitung deram a notícia.

Ameaça de terrorismo

As suspeitas de um ataque terrorista por parte da Al-Qaeda no Médio Oriente e em países Africanos, que levaram Estados Unidos a fecharem temporariamente cerca de 20 embaixadas e consulados, também foram tema para a mídia alemã.

Caso Rafael Marques e imigração portuguesa a Moçambique destacados pela mídia alemã

Ao anúncio da medida de segurança, o Frankfurter Allgemeine Zeitung noticiou não estar claro se a medida atingiria os países africanos islâmicos. O Süddeutsche Zeitung informou que as suspeitas eram consideradas “sérias”.