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Carlos Gomes Júnior diz-se “pronto para regressar” à Guiné-Bissau

16 de maio de 2012

Enquanto em Bissau se indigitava um primeiro ministro de transição, os líderes depostos no golpe de Estado de 12 de abril discutiram em Lisboa com a CPLP o regresso rápido à normalidade constitucional na Guiné-Bissau.

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Copyright: Helena Ferro de Gouveia/DW Titel: Guinea Bissau Wahlen 2012 Carlos Gomes Junior Cadogo Beschreibung: Der aktuelle Ministerpräsident von Guinea-Bissau, Carlos Gomes Júnior (Cadogo), gleich nach der Abgabe seiner Stimme in Bissau am 18. März 2012. Schlagwörter: Guinea Bissau 2012 Präsident Wahlen Cadogo, Carlos Gomes Junior
Carlos Gomes Junior CadogoFoto: DW/Ferro de Gouveia

O antigo primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, afirmou esta quarta-feira (16/05), na capital portuguesa, que “está pronto” para voltar ao país e “continuar a trabalhar para o bem da Guiné”, que é o “dever de qualquer guineense”. Estas declarações foram feitas antes de uma reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Por seu turno, o presidente interino até ao golpe de Estado, Raimundo Pereira, recordou aos presentes nessa reunião que, “em nenhum momento”, renunciou ao cargo de chefe de Estado. Pereira leu uma comunicação aos representantes da CPLP reunidos na sede da organização, em Lisboa, na qual sublinhou que “a nomeação de qualquer outro Presidente da República é inconstitucional e não tem qualquer legitimidade jurídica”.  O político referia-se à nomeação do presidente da Assembleia Nacional, Serifo Nhamadjo, para chefiar um período de transição.

Manuel Serifo Nhamadjo "não legitimidade jurídica", segundo o presidente interino deposto Raimundo Pereira
Manuel Serifo Nhamadjo "não tem legitimidade jurídica", segundo o presidente interino deposto, Raimundo PereiraFoto: picture-alliance/abaca

“Sem menosprezar os esforços da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental)”, Raimundo Pereira sublinhou que tanto ele como Carlos Gomes Júnior, defendem a "reposição da ordem constitucional anterior ao golpe de Estado”.

Antes da reunião da CPLP os dois políticos guineenses, que viajaram de Abidjan, na Costa do Marfim, país onde têm residido desde a sua libertação, foram recebidos pelo presidente português, Aníbal Cavaco Silva, e pelo primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.

Após ter conversado durante quase uma hora com Cavaco Silva, Raimundo Pereira disse que este encontro “foi um momento particular para analisar os contornos da situação política atual na Guiné-Bissau, os meios e a forma de trabalhar para que se possa chegar mais rapidamente à legalidade constitucional”.

Guiné-Bissau tem novo primeiro-ministro

Enquanto em Lisboa os líderes guineenses depostos procuravam apoios para  a reposição dos políticos democraticamente eleitos e para a conclusão do processo eleitoral interrompido pelos militares, na capital guineense, um mês depois do golpe, o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, nomeava Rui Duarte de Barros para primeiro-ministro de transição do país. 

A indigitação foi feita por decreto presidencial, onde se pode ler que a escolha de Rui Barros, antigo ministro da economia e finanças quando o Partido da Renovação Social (PRS) esteve no poder, foi consensual entre “os partidos políticos signatários do Pacto de Transição Política”. 

O pacto, um documento de três páginas, foi assinado num hotel de Bissau pelo presidente em exercício da Assembleia, Sori Djaló, e pelos 35 partidos políticos guineenses, com exceção da maior força política do país, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).

O documento, citado pelas agências de notícias, tem um total de seis artigos e prevê a aceitação de Serifo Nhamadjo como chefe de Estado durante um ano até à posse do presidente eleito e gozando “dos direitos e regalias inerentes ao cargo de Presidente da República eleito”.  Ainda de acordo com o documento, a presente legislatura da Assembleia Nacional Popular (ANP), que se concluiria em novembro, “é prorrogada até a posse dos novos deputados”.

Pacto de transição prevê eleições no período de um ano
Pacto de transição prevê eleições no período de um anoFoto: AP

Estados Unidos reveem posição de apoio a Nhamadjo

O Departamento de Estado norte-americano recuou no reconhecimento de Serifo Nhamadjo como presidente interino da Guiné-Bissau, afirmando que “há muito trabalho a fazer” no plano de transição da CEDEAO.   

Menos de 24 horas depois de ter afirmado, em nota à Lusa, que os Estados Unidos “saudavam” a nomeação de Serifo Nhamadjo, “negociada pela CEDEAO, como líder de um governo de transição” e de “apelar a todos os atores para o aceitarem e trabalharem” com o presidente interino, o gabinete de assuntos africanos do Departamento de Estado veio “corrigir e atualizar” a sua posição.

Autora: Helena Ferro de Gouveia /LUSA/AFP
Edição: Francis França

16.05.12 Lisboa - Guiné-Bissau - MP3-Mono

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