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Cada vez mais mulheres fazem partos nos hospitais em Cabo Delgado

Eleutério Silvestre (Pemba)18 de setembro de 2014

Na província nortenha de Moçambique a estratégia dos serviços de saúde de consciencializar sobre a importância de se realizar partos nos hospitais está a ser bem sucedida, reduzindo o número de partos feitos em casa.

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Jovens mães e os seus bebés num Centro de Saúde de Maputo, MoçambiqueFoto: Romeu da Silva

Encontramos Lúcia Cassiano na fila para a consulta pré-natal, no Centro de Saúde do Bairro Cimento, na cidade nortenha de Pemba.

Para ela, ter um bebé em casa está fora de questão. É que quando as mulheres realizam os partos em casa correm mais perigos de saúde do que se forem para o hospital.

"Ás vezes os partos complicam, então, uma mulher tem de estar no hospital para realizar o parto, porque talvez possa existir uma complicação em que o hospital, naquel momento, chama o médico. Qualquer coisa de grave que aconteça no hospital vais conseguir resolver. Mas em casa é difícil", explica Lúcia Cassiano.

Na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, as enfermeiras consciencializam as mulheres grávidas desde os primeiros meses de gestação.

Aumento de partos nos hospitais

Frühe Hochzeit in Mosambik
Mulheres, em Nampula, discutem sobre a gravidez precoceFoto: DW/N. Carvalho

As autoridades de saúde promovem palestras diárias, especialmente nos postos de consulta pré-natal.

A mensagem gira sempre à volta dos riscos a que as mulheres estão sujeitas se realizarem o parto em casa. Aqui não há, por exemplo, assistência do pessoal de saúde caso surjam complicações no momento do parto.

As palestras e, em geral, o trabalho de consciencialização das autoridades de saúde parecem estar a dar resultado.

No primeiro semestre deste ano houve mais de 31 mil partos assistidos nos hospitais de Cabo Delgado – um aumento de seis por cento em comparação a igual período do ano passado.

Anita Benjamim, que também está grávida, nota esse aumento no dia-a-dia. A aposta das autoridades de saúde fez com que mais mulheres estejam interessadas em realizar o parto no hospital: "É muito bom, porque temos todos cuidados e menos riscos de vida."

Mulheres satisfeitas com sensibilização

Anita Benjamim defende que o setor da saúde deve tentar, ao máximo, baixar o número de partos caseiros, sobretudo nos lugares em que a realização do parto é considerada de risco para a saúde da mãe e do bebé.

Embora ela reconheça pontos positivos na medicina tradicional acha que o hospital leva vantagem: "Abrem as cabeças das mulheres, temos visto que é muito bom termos tratamento no hospital do que em casa, porque em casa é prejudicial. Embora seja bom por causa dos tratamentos tradicionais, é vantajoso aqui nos hospitais."

Lúcia Cassiano nota que a estratégia de consciencialização que está a ser implementada pelo setor de saúde vai melhorar o acompanhamento dos recém-nascidos nos hospitais.

Mas ela recorda que Há ainda uma certa resitência bas pessoas irem ao hospital: " Há mulheres que não querem realizar o parto no hospital, outras preferem fazer em casa."

Projekt Dream Frauen in Mosambi
Pôr termo à gravidez precoce no país ainda é uma dor de cabeça para as autoridades de saúdeFoto: DW/R.da Silva

"Existem atualmente muitas doenças e no hospital se por acaso a mãe tiver qualquer doença ou existir algum perigo, o hospital já está preparado para salvar o bebé e a própria mãe," finaliza Lúcia Cassiano.

Entretanto, as autoridades de saúde trabalham em conjunto com as lideranças e enfermeiras comunitárias, desdobrando-se para que a informação chegue a mais mulheres, de uma forma clara e completa.

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