1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Aumenta o medo de confrontos com o aproximar das eleições em Angola

25 de julho de 2012

As províncias angolanas de Benguela e do Huambo têm sido palco de confrontos. A violência entre militantes do partido no poder, o MPLA, e do maior partido na oposição, a UNITA causou a morte de, pelo menos, duas pessoas.

https://p.dw.com/p/15eet
Protesto em Benguela
Protesto em BenguelaFoto: DW

Os atos de violência entre militantes dos dois maiores partidos angolanos prenunciam um clima de medo entre a população a pouco mais de um mês para o pleito eleitoral de 31 de Agosto.

No dia 12 de julho, registaram-se confrontos entre militantes da UNITA e do MPLA, no município do Cubal, na província de Benguela, que resultaram na morte de duas pessoas e num número de feridos não contabilizado.

Angola vai a votos a 31 de Agosto
Angola vai a votos a 31 de AgostoFoto: picture-alliance/dpa

A 14 de julho, alguns militantes do MPLA, munidos de armas brancas, atacaram uma comitiva da UNITA no município da Tchicala-Tcholoanga, na província de Huambo, que pretendia reinstalar o seu comité comunal do Mbave.

Há dois dias, em Benguela, a intolerância política forçou o abandono precipitado de sete famílias conotadas com o maior partido na oposição, num total de 31 pessoas, da comuna da Capupa para a sede do município do Cubal.

Cruzada política

Em entrevista exclusiva à DW, o membro da comissão política da UNITA, Alberto Ngalanela, fala mesmo numa cruzada política que visa eliminar os quadros do seu partido por parte do partido no poder.

Líder da UNITA, Isaías Samakuva, nas eleições de 2008
Líder da UNITA, Isaías Samakuva, nas eleições de 2008Foto: picture-alliance/dpa

"Essa cruzada política tem como principais executores os administradores municipais, comunais e as autoridades tradicionais", disse. "Nessa cruzada, também a polícia vem atrelada. Portanto, [esta região] tem sido palco de ações de intimidação e até de eliminação dos quadros potenciais da UNITA."

Modelo de reconciliação

Alberto Ngalanela lamentou ainda o facto de Benguela não ser um modelo de democracia e reconciliação nacional, apesar do seu governador ser um dos signatários dos acordos de paz: "Nós pensamos que Benguela devia ser uma província modelo em termos de convivência e de reconciliação nacional."

Entretanto, o governador de Benguela, o general Armando da Cruz Neto, e também primeiro secretário do MPLA, já fez saber que tudo está a ser feito para que, nesta província, o pleito eleitoral "não seja perturbado por atitudes de formações políticas ou pessoas que não conseguem coabitar num ambiente de democracia e de respeito pelos direitos e liberdades de cada cidadão."

Autor: Nelson Sul D’Angola (Benguela)
Edição: Guilherme Correia da Silva / António Rocha

25.07.12 Angola - Confrontos entre militantes UNITA/MPLA - MP3-Mono

Saltar a secção Mais sobre este tema