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2010 começa violento

2 de janeiro de 2010

EUA e União Europeia reiteram apoio ao Paquistão no combate ao terrorismo local, após atentado que vitimou quase cem pessoas. Obama responsabiliza adeptos da Al Qaeda no Iêmen pelo atentado fracassado em Detroit.

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Vítimas do atentado a bomba no Paquistão são transportadas ao hospitalFoto: AP

O número de vítimas fatais do atentado cometido neste sábado (02/01) no noroeste do Paquistão é de pelo menos 96 pessoas. Entre os mortos, havia oito crianças. Segundo as autoridades locais, a explosão de um carro-bomba nas imediações de um centro esportivo na localidade de Lakki Marwat deixou quase 50 feridos.

Segundo investigadores, o alvo do ataque era uma mesquita onde estavam reunidos os chefes de clãs locais adversários dos talibãs. Os terroristas suicidas dirigiram um carro lotado de explosivos para uma quadra onde 300 pessoas assistiam a um torneio de vôlei. De acordo com a polícia, a detonação de 250 quilos de explosivos derrubou dezenas de edifícios nas imediações.

O atentado provavelmente foi um ato de vingança de extremistas islâmicos, após a população de Lakki Marwat ter criado uma milícia própria para se defender contra os fundamentalistas.

Flash-Galerie Pakistan: Flüchtlinge aus Waziristan
Clãs inteiros fogem do Vaziristão, onde forças do governo combatem ativistas da Al Qaeda e militantes talibãsFoto: AP

Lakki Marwat se situa no norte do Paquistão, nas imediações do Vaziristão do Norte e do Sul, dois centros do movimento de rebeldes fundamentalistas. Na parte sul, as forças armadas paquistanesas iniciaram, com apoio dos Estados Unidos, uma grande ofensiva contra os talibãs e a Al Qaeda em outubro passado. Desde então, mais de 500 pessoas foram mortas em atentados a bomba.

Urgência de uma cooperação regional para combater terrorismo

O ato de terror no Paquistão, considerado o mais grave dos últimos dois meses, foi rigorosamente condenado pela comunidade internacional.

A alta representante de Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, se mostrou chocada com o atentado: "Este ataque escandaloso é mais um exemplo da detestável violência sofrida pelo Paquistão e por sua população".

Para o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, tais atos de terror demonstram a importância de uma cooperação regional e de uma ofensiva decidida contra o terrorismo.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, assegurou que os Estados Unidos manterão seu apoio ao Paquistão, em seu empenho contra o extremismo violento e em prol do fortalecimento da democracia.

Obama culpa Al Qaeda por tentativa de atentado em Detroit

Nos Estados Unidos, a atenção das autoridades continua voltada para as investigações sobre a tentativa fracassada de atentado em um avião rumo a Detroit, no dia 25 de dezembro último.

Pela primeira vez desde o ocorrido, o presidente norte-americano, Barack Obama, responsabilizou a Al Qaeda pelo ato. Ele declarou que os autores do atentado foram treinados pela organização terrorista no Iêmen, anunciando ao mesmo tempo uma caça aos mentores.

Inicialmente, as autoridades norte-americanas tinham reconhecido apenas "possíveis ligações" entre a Al Qaeda e a tentativa de atentado, realizada em um avião de passageiros com quase 300 pessoas a bordo, durante a decolagem no aeroporto de Detroit.

Umar Farouk Abdulmutallab
Umar Farouk Abdulmutallab, nigeriano que tentou explodir avião norte-americano em DetroitFoto: AP

Após a Al Qaeda ter assumido na última segunda-feira (28/12) a autoria do ataque fracassado, as investigações norte-americanas confirmaram que a organização terrorista treinou o nigeriano de 23 anos que tentou explodir a aeronave, além de tê-lo incumbido do ato de terror e o munido com os explosivos.

Encontros internacionais sobre o Iêmen e o Afeganistão

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, propôs para o final deste mês um encontro internacional sobre o Iêmen, a ser realizado paralelamente à conferência sobre o Afeganistão, em 28 de janeiro. A ideia é discutir estratégias de combate aos extremistas naquele país da Península Árabe.

O governo iemenita aceitou a proposta de Londres, qualificando-a como um "passo na direção certa". Ele espera que o encontro possa viabilizar uma ajuda internacional para combate à pobreza e ao desemprego no país, pois esse seria o melhor método de combater o extremismo e impedir que os jovens sejam cooptados.

SL/dpa/apd/afp
Revisão: Marcio Damasceno

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