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Assange aceita ser interrogado em Londres

13 de março de 2015

Em processo envolvendo crimes sexuais, promotoria sueca propõe ouvir fundador do WikiLeaks na embaixada do Equador no Reino Unido. Australiano nega acusações e, segundo advogado, quer "limpar o próprio nome".

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Julian Assange PK in London 18.08.2014
Foto: Reuters

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, aceitou ser ouvido por promotores suecos no Reino Unido no processo em que ele responde por crimes sexuais, anunciou seu advogado nesta sexta-feira (13/03). Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres há quase três anos, a fim de evitar uma extradição para a Suécia.

"Ele recebe bem a proposta, é o que nós temos pedido há quatro anos. Ele quer ser interrogado, limpar seu nome e seguir com sua vida", disse o advogado de Assange, Per Samuelson, a uma rádio sueca nesta sexta-feira.

A Justiça da Suécia quer que Assange responda a acusações de agressão sexual e estupro, as quais Assange nega. O australiano de 43 anos teme que, caso volte para a Suécia, seja repatriado aos Estados Unidos, onde pode ser julgado pelo vazamento de informações confidenciais por meio de sua plataforma na internet, o WikiLeaks.

A promotoria havia descartado inicialmente uma viagem a Londres para interrogar Assange por considerar que um interrogatório na embaixada do Equador seria de "qualidade inferior".

No entanto, a promotora responsável pelo caso, Marianne Ny, decidiu considerar a opção ao constatar que alguns dos crimes pelos quais Assange responde deverão prescrever, ou seja, perder o efeito legal, a partir de agosto. Ny também pediu uma amostra de DNA de Assange.

O fim do impasse foi considerado "uma vitória para Julian", segundo a porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnosson. Ela ainda criticou a demora da promotoria em aceitar a opção. "É absolutamente ultrajante que a promotora sueca tenha levado quatro anos e meio para chegar a essa conclusão, após sustentar que ela não poderia ir a Londres porque seria algo ilegal", disse Hrafnosson. "Obviamente esse era um argumento falso."

Se todas as partes estiverem de acordo, o Reino Unido deverá permitir que o interrogatório seja efetuado, e o Equador deverá abrir as portas para a promotoria sueca.

O processo contra Assange foi aberto em 2010 por duas suecas, mas ele ainda não foi indiciado formalmente. Ele afirma que as relações mantidas com elas foram consensuais.

O australiano teme um processo nos Estados Unidos pelo vazamento no site WikiLeaks de 250 mil telegramas diplomáticos americanos e cerca de 500 mil relatórios militares considerados segredos da Defesa do país.

MSB/dpa/ap/lusa