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Angola em mostra de cinema lusófono

João Carlos (Lisboa)15 de abril de 2015

"Yetu – A Nossa Música", "Tchikena" e "Umukulu" são as três produções que marcam a presença angolana no FESTin, que teve início no dia 8 de abril, no Cinema São Jorge, em Lisboa, e que encerra esta quarta-feira (15.04).

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Foto: DW/João Carlos

Na sexta edição do Festival de Cinema Itinerante de Língua Portuguesa (FESTin), o destaque entre as produções angolanas foi para "Yetu – A Nossa Música", um documentário que retrata o percurso da música de Angola até à atualidade e que foi exibido no passado sábado (11.04).

Ulika Franco, consultora e co-produtora do documentário, diz que, no trabalho de produção, contou com os contributos de realizadores e especialistas de música angolana: "Neste projeto, em vez de contratar alguém para fazer o alinhamento musical ou em vez de o fazer sozinha, decidi que iria antes pesquisar artigos, falar com músicos e com especialistas, e perguntar-lhes quais as músicas que mais faziam sentido serem ouvidas."

A co-produção luso-angolana faz parte de uma encomenda cultural do Banco de Desenvolvimento de Angola e visa apoiar o crescimento económico e sustentado do país.

Ulika Franco, angolanische Filmemacherin
Ulika Franco, produtora do documentário "Yetu - A Nossa Música"Foto: DW/João Carlos

Angola apresentou ainda duas outras produções: a película "Umukulu", sobre a vida na terceira idade, e a curta-metragem "Tchikena", que descreve a dura realidade do êxodo rural e do desemprego urbano, ambas do realizador Nuno Barreto.

Estiveram também presentes filmes oriundos de Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Contudo, ainda é fraca a participação dos países africanos de língua portuguesa. Grande parte das 85 longas e curtas-metragens, documentários e filmes de animação exibidos no festival era brasileira.

África tem talento, mas falta formação

Ulika Franco considera que há bons realizadores nos países africanos, mas que estes têm de apostar mais na formação: "O cinema implica o domínio de certas técnicas. Num país como Angola, que saiu de uma guerra há 13 anos, ainda não há a formação necessária nem uma escola de cinema que permita ter técnicos aptos. É um caminho que ainda se tem de percorrer."

Com a "contaminação cultural" que se regista em Angola, diz a produtora, o cinema também conquistará o seu espaço, tal como a música, a literatura e as artes plásticas.

O FESTin encerra esta quarta-feira à noite (15.04), depois de uma marcante abertura com "O Vendedor de Passados", de Lula Buarque de Hollanda - uma adaptação do romance homónimo de José Eduardo Agualusa. O escritor angolano também esteve presente no evento, na companhia do ator brasileiro Lázaro Ramos, convidado especial da edição deste ano e protagonista da longa metragem "O Grande Kilapy", do angolano Zezé Zamboa, um dos nomeados dos Prémios Sophia 2015, e que também fez parte de uma das edições anteriores do FESTin.

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O país homenageado no festival deste ano foi Timor-Leste.