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Alemanha está pronta para responder a maior demanda por energia em África

António Cascais (em Hannover)10 de abril de 2013

Organizadores do 7º Fórum teuto-africano de Energia projetam crescimento de 500% na procura de energia em África nos próximos 25 anos e dizem que empresas alemãs podem competir por negócios de 80 mil milhões de euros.

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Hidroelétrica de Cahora Bassa, em Moçambique
Hidroelétrica de Cahora Bassa, em MoçambiqueFoto: DW/M. Barroso

Energias renováveis e energias convencionais –  é isso que o continente africano precisa. Foi essa a conclusão a que chegaram os participantes do 7º Fórum teuto-africano de Energia, uma megaconferência, organizada pela associação alemã dos empresários "Afrika-Verein" e patrocinada pelo governo alemão. O Fórum começou na cidade de Hamburgo e terminou esta quarta-feira (10.04), na feira industrial de Hannover.

Christoph Kannengießer, presidente da Afrika-Verein, a associação das empresas alemãs com negócios em África, diz que este sétimo fórum das energias seviu para lembrar que existe em África um mar de oportunidades à espera de serem aproveitadas:

"As potencialidades do continente africano são enormes: há muitos projetos à espera de serem executados e explorados nas próximas décadas", disse Kannengießer à DW África. O executivo destacou que "os observadores esperam um aumento da procura de energia na ordem dos 500% nos próximos 25 anos no continente africano. Essa procura enorme poderá gerar negócios no valor de, pelo menos, 80 mil milhões de euros e penso que as empresas alemãs estão preparadas para responder, e competir com outras empresas dos países emergentes, como a China, o Brasil ou a Turquia", afirmou Kannengießer.

Fórum teuto-africano de Energia reuniu 500 participantes em Hamburgo e Hannover: recorde
Fórum teuto-africano de Energia reuniu 500 participantes em Hamburgo e Hannover: recordeFoto: DW/A. Cascais

Soluções energéticas para África

Os especialistas confirmam que mais 500 milhões de africanos ainda não têm acesso à corrente elétrica. E, sem energia elétrica, não há desenvolvimento, lembraram os organizadores do Fórum de Energia.

O ministro da Energia de Moçambique, Salvador Namburete, confirmou durante o evento em Hamburgo e Hannover, no norte da Alemanha, que o governo do país austral africano está empenhado em oferecer mais e melhor energia, sobretudo às populacões rurais. Para isso, Moçambique conta com a cooperação e a teconologia de empresas estrangeiras: "A procura de energia em Moçambique tem um padrão similar ao que observamos noutros países africanos", comparou Namburete.

"Há uma rápida aceleração da procura, a uma taxa em torno de 15% por ano, o que implica que precisamos, no mínimo, de acrescentar à nossa capacidade de geração [de energia] pelo menos mais cem megawatts por ano", contabilizou o ministro.

A Alemanha gosta de apresentar-se como país predestinado a oferecer solucões energéticas para países como Moçambique. O presidente da associação empresarial Afrika-Verein lembrou que a Alemanha – há pouco tempo e por decisão política – mudou todo o seu conceito energético. O país europeu apostou, passo a passo, nas energias renováveis, em detrimento das energias nuclear e convencionais.

A barragem de Cahora Bassa, em Moçambique: países africanos precisam de investimento em energias convencionais e renováveis, conclui fórum na Alemanha
A barragem de Cahora Bassa, em Moçambique: países africanos precisam de investimento em energias convencionais e renováveis, conclui fórum na AlemanhaFoto: DW/M. Barroso

"Energia não é só luz"

As soluções que a Alemanha encontrará poderiam ser exportadas para os países africanos, incluindo os lusófonos, salientou Christoph Kannengießer: "Os empresários alemães mostram cada vez mais interesse em investir em países como Angola ou Moçambique", afirmou.

Salvador Namburete, por seu lado, registou com agrado as palavras dos numerosos interlocutores alemães e africanos neste Fórum de Energia, patrocinado pelo governo alemão: "É importante que os países continuem a realizar campanhas de educação sobre a necessidade de haver energia para além da luz. A energia não deve ser só luz para combater a escuridão. Deve ser vista como matéria-prima para investir na produção de bens e serviços, que gerem rendimentos e empregos para que as pessoas possam pagar o preço real e justo pelo serviço que é prestado", disse.

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