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Alemanha dá partida para festa dos 25 anos da queda de Muro de Berlim

7 de novembro de 2014

Instalação de 15 quilômetros com oito mil balões iluminados desenha a antiga fronteira que dividia a capital. As celebrações começaram nesta sexta-feira, e o ápice será no domingo, com festa no Portão de Brandemburgo.

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Foto: Reuters/P. Kopczynski

A Alemanha deu a partida nesta sexta-feira (07/11) para as comemorações do 25º aniversário da queda do Muro de Berlim, cujo ápice será no domingo, com concertos e shows reunindo milhões de pessoas em uma festa ao ar livre no Portão de Brandemburgo. Os festejos serão acompanhados pela liberação de milhares de balões brancos, representando o fim da parede que dividiu a Alemanha durante 28 anos.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, que cresceu na Alemanha Oriental, vai liderar os três dias de festividades lembrando os acontecimentos do 9 de novembro de 1989.

Ressentimentos da época da divisão alemã foram revividos na sessão desta sexta-feira do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, durante uma pequena apresentação do cantor Wolf Biermann, expulso da Alemanha Oriental em 1976 por ser dissidente ao regime comunista.

Antes de entoar a canção de protesto Ermutigung (incentivo), em uma homenagem àqueles que resistiram ao regime comunista, Biermann fez questão de atacar deputados do partido A Esquerda, que tem raízes no partido do governo da Alemanha Oriental, chamando-os de "restos miseráveis do que felizmente foi superado". A legenda, por sua vez, criticou o convite do presidente do Parlamento, Norbert Lambert, para que Biermann se apresentasse no plenário.

Bundestag 25 Jahre Mauerfall 07.11.2014 Biermann
Cantor Wolf Biermann aproveitou apresentação no Bundestag para alfinetar bancada do partido A EsquerdaFoto: Reuters/F. Bensch

"Vocês estão condenados a aturar isso aqui", ironizou Biermann, referindo-se aos deputados da bancada da Esquerda. "Esses que se denominam de esquerda, não são de esquerda nem de direita, e sim reacionários", acusou.

Oito mil balões iluminados

Na tarde desta sexta-feira foi acesa uma instalação luminosa com 8 mil balões brancos, alinhados ao longo de um trecho de 15 quilômetros, marcando o lugar por onde passava o Muro de Berlim. Os globos foram projetados para se assemelharem a um colar de pérolas quando vistos de cima. Cheios de hélio, eles serão soltos na noite de domingo, simbolizando o fim da divisão alemã, em uma coreografia ao som do último movimento da Nona Sinfonia de Beethoven, conhecido como Ode à Alegria.

O último líder soviético, Mikhail Gorbachev, cujas reformas, Perestroika e Glasnost, ajudaram a pavimentar o caminho para a queda do Muro, também estará presente no domingo, quando deve cumprimentar multidões na antiga passagem de fronteira Checkpoint Charlie.

Gorbachev, de 83 anos, reverenciado entre os alemães por abrir mão de uma sangrenta repressão contra manifestantes em 1989, deve se unir no sábado ao ex-ministro alemão do Exterior Hans-Dietrich Genscher em um debate sobre o legado daqueles dias e sobre o recrudescimento das tensões entre a Rússia e o Ocidente.

Na mesma noite, Merkel vai assistir a um concerto memorial no histórico teatro Berliner Ensemble, de Bertolt Brecht, nas proximidades do antigo "Palácio das Lágrimas", onde os alemães orientais se despediam dos visitantes que retornavam para a Alemanha Ocidental.

Exposição e shows de música

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Balões de hélio junto a restos do Muro: no domingo, eles serão liberados para subir aos céusFoto: Reuters/Hannibal

E no domingo, a chefe de governo alemã vai abrir uma grande exposição na Bernauer Strasse, uma rua dividida pelo Muro, onde foram registradas cenas angustiantes de parentes e vizinhos sendo separados de um dia para outro pela construção do Muro, em 1961.

Depois de uma cerimônia na elegante praça Gendarmenmarkt, pelo menos dois milhões de pessoas são esperadas para um "festival dos cidadãos" no Portão de Brandemburgo, símbolo da unidade alemã.

Lá, Gorbachev e o ex-presidente polonês e Nobel da Paz Lech Walesa irão se juntar ao chefe de Estado alemão, Joachim Gauck, e ao ex-premiê húngaro Miklos Nemeth.

A parte musical contará com apresentações da Staatskapelle Berlin, sob a batuta do aclamado maestro Daniel Barenboim, além de shows do roqueiro alemão Udo Lindenberg e do cantor britânico Peter Gabriel, que entoará Heroes, canção que David Bowie gravou quando vivia em Berlim Ocidental.

MD/dpa/afp