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Alemanha abre Gabinete para o Fomento Económico em Moçambique

Cristina Krippahl14 de abril de 2014

Financiada pelo Ministério alemão federal da Economia, a representação das Câmaras de Comércio Externo (AHK) tem por objectivo responder ao interesse crescente das empresas alemãs em investir em Moçambique.

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O Gabinete para o Fomento Económico é inaugurado na capital moçambicana, Maputo, na próxima segunda-feira (14.04)Foto: picture-alliance/dpa

Os números são impressionantes. Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano cresceu 8,4% em termos reais. Até 2017 conta-se com uma subida em 7,5%, o que torna Moçambique numa das nações de crescimento mais dinâmico no mundo. A causa são as enormes reservas de matérias-primas de carvão e gás natural descobertas nos últimos anos.

Por isso, diz Christoph Kannengießer, diretor geral da Associação para África da Indústria Alemã, faz todo o sentido abrir uma representação das Câmaras de Comércio Externas AHK em Maputo.

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“A importância de Moçambique vai crescer nos próximos anos. Por isso é útil a entidade de fomento da economia externa alemã ter uma representação em Maputo, para que as empresas alemãs tenham apoio local”, afirma.

Moçambique não é, decerto, terra por desbravar para as empresas alemãs. Kannengießer dá como exemplo para a presença germânica naquele país lusófono, entre outras, a do gigante Siemens, que ganhou a adjudicação para instalação de um sistema de sinalização e condutividade para os caminhos-de-ferro.

“Embora se deva reconhecer que actualmente o interesse em Moçambique é maior do que a presença das empresas no país. Ou seja, trata-se de um mercado do futuro”, explica.

Timidez alemã em África

Presentemente, o número de empresas alemãs em Moçambique é modesto, sobretudo quando comparado a países como a China, e outros, no terreno já há muitos anos. Irão os alemães a tempo? Kannengießer acredita que sim, uma vez que “o setor privado alemão tem uma oferta competitiva e de elevada qualidade.”

Afrika-Verein Christoph Kannengießer
Christoph Kannengießer, diretor geral da Associação para África da Indústria Alemã ("Afrika-Verein der deutschen Wirtschaft e.V.")Foto: DW/A.Cascais

Mas as empresas alemãs terão que se esforçar por obter participações no mercado e encomendas em grandes projectos, acrescenta o diretor geral da Associação para África da Indústria Alemã. “Pessoalmente estou convencido que as empresas alemãs vão reconhecer e agarrar as oportunidades”, observa.

A timidez alemã em África geralmente prende-se com a percepção de que este é um continente de alto risco para os investimentos, devido a fatores como corrupção, insegurança política, falta de legislação comercial e por aí em diante.

No entanto, Christoph Kannengießer rejeita esta imagem no que toca a Moçambique e considera "um erro" considerá-lo um país de alto risco. “O Governo é estável, ao todo as estruturas democráticas estão enraizadas, o sistema financeiro é relativamente desenvolvido, e a inflação está controlada porque a moeda está indexada ao dólar. Mas esta percepção errada é um indício para a grande necessidade de uma presença no local que possa melhorar a informação que existe sobre o país”, argumenta.

Conflito não afasta investidores

Nem o actual conflito entre o Governo central e o maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), é motivo para afastar os investidores, defende o especialista, para quem o Governo de Maputo controla a situação.

O que falta mesmo para encorajar as empresas alemãs é a informação correcta, que a nova delegação em Maputo poderá providenciar. Christoph Kannengießer lembra que, de qualquer forma, o interesse de Maputo para investidores só cresceu nos últimos anos, devido a vários factores.

“Graças às matérias-primas, o país adquiriu o poder de compra e pagamento que o torna atraente para investidores estrangeiros. O sistema político, a redução da burocracia, a melhoria das condições de investimento são processos que estão a começar agora mesmo. Por isso as empresas alemãs começaram a descobrir o país”, conclui.

Kohlemine Minas Moatize
Extração de carvão na mina de MoatizeFoto: DW/J. Beck
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