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Afonso Dhlakama promete respeitar acordo de cessar-fogo

Leonel Matias (Maputo)25 de agosto de 2014

O líder da RENAMO, o principal partido da oposição moçambicana, já ordenou aos seus homens armados para pararem com os ataques, na sequência da declaração do fim das hostilidades assinada domingo (24.08) com o Governo.

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Foto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

Falando aos jornalistas em Maputo via teleconferência, a partir do local incerto onde se encontra, Afonso Dhlakama mostrou-se satisfeito com a declaração imediata do cessar-fogo em todo o país anunciada domingo entre o seu partido e o Governo. “Estou muito satisfeito por aquilo que foi conseguido ontem, embora o acordo tenha demorado”, afirmou.

Esta declaração pôs fim a cerca de um ano e meio de hostilidades militares que causaram vários mortos e feridos, incluindo civis e militares, para além de danos materiais avultados.

Segundo o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), os seus homens armados já foram instruídos para não realizarem mais disparos. “Ninguém vai disparar mais. Embora o acordo tenha sido ontem à noite, eu, como líder da RENAMO e comandante-chefe das Forças da RENAMO, fiz a comunicação a todas as nossas unidades militares para que pudessem cessar fogo. Todos ouviram bem. Receberam bem as ordens”, declarou.

“O conflito armado terminou”

Afonso Dhlakama prometeu fazer tudo ao seu alcance para garantir a implementação do cessar-fogo. “Não vai haver nenhuma violação do cessar-fogo do nosso lado. A não ser que as Forças Armadas de Moçambique cheguem onde estivermos e disparem para nos matar. Se não conseguirmos fugir, poderemos responder a título de afugentá-los. Mas declaro mesmo que o conflito armado terminou”, disse.

Moçambique Dhlakama

O líder da RENAMO, que está em local incerto nas matas da Gorongosa desde que a sua base foi tomada pelas forças governamentais em outubro de 2013, afirmou também que não guarda qualquer ressentimento na sequência dos ataques armados que foram dirigidos contra si e as suas forças durante o conflito militar.

“Tudo o que aconteceu durante um ano e meio termina aqui. Ainda bem que foi aprovada a Lei da Amnistia para todos, perdão para todos de ambos os lados”, salientou o líder do principal partido da oposição.

Dhlakama apelou aos observadores internacionais para se deslocarem a Moçambique, com a missão de monitorizarem o cessar-fogo. “Queremos de facto que observadores internacionais venham para observar o cessar-fogo em Moçambique porque já foi combinado. As equipas de negociações assinaram este entendimento”, lembrou.

Encontro com Guebuza

Sobre o aguardado encontro com o Presidente Armando Guebuza, o líder da RENAMO confirmou que se vai realizar, mas disse que ainda não sabe a data e o local da sua realização.

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Encontro com Armando Guebuza (na foto) vai realizar-se, confirmou Afonso DhlakamaFoto: Imago

O líder da RENAMO considerou que o acordo de paz paz cria condições para a realização de eleições livres, justas e transparentes este ano, para a despartidarização do Aparelho de Estado e das Forças Armadas e ainda para o fim das exclusão social e a redução das assimetrias regionais.

Em relação às eleições de 15 de outubro, Afonso Dhlakama adiantou que vai participar na campanha eleitoral que tem início no próximo domingo (31.08). Apelou para que não haja violência e prometeu respeitar os resultados das eleições

Segundo Dhlakama, quem ganhar as próximas eleições será saudado e receberá parabéns. “Ninguém pode dizer agora que já ganhou, por isso queremos que a campanha seja calma para que todos nós tenhamos a liberdade e o direito de difundirmos as nossas mensagens”, concluiu.

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