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Academia de Arte e Mídia de Colônia foi pioneira no gênero.

Soraia Vilela25 de julho de 2014

Com três departamentos – cinema e TV, ciências da arte e da mídia e artes midiáticas – a Academia de Arte e Mídia de Colônia mantém diversas parcerias com instituições e festivais dentro e fora da Alemanha.

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Criada em 1990, na época apenas como uma instituição que oferecia pós-graduação em "mídias audiovisuais", a Academia de Arte e Mídia de Colônia foi uma das primeiras escolas superiores do país a ter seu currículo fundamentado no que então se chamava de "novas mídias". Na época de sua fundação, era ainda novidade integrar numa escola superior de arte práticas convencionais como cinema, vídeo, fotografia, música ou performance, com cadeiras de informática, estudo de gênero ou teoria da mídia.

Ampliada logo a seguir, a KHM (como é conhecida, das iniciais do nome em alemão) passou a oferecer uma graduação completa a partir de 1994. E hoje têm três departamentos abertos à escolha dos alunos, todos voltados para a interseção entre a mídia e a arte. O estudante da Academia tem à sua disposição desde o início do curso ateliês, estúdios e laboratórios, além de poder usufruir de diversas parcerias com festivais ou instituições diversas estabelecidas ao longo dos anos pela Academia.

Se em 1990 a KHM recebeu em seu primeiro ano de existência só 25 alunos, hoje ela conta com mais de 300 estudantes, oferece doutorado e tem na sua história um rol de ex-alunos que hoje são artistas e cineastas conceituados. A ideia é fazer com que o aluno possa montar sua grade curricular com liberdade, podendo combinar cadeiras mais apropriadas a seus projetos individuais, entre elas cinema de ficção, documentário, fotografia, animação, design, arte sonora, cenografia, informática experimental, performance, holografia, arte no espaço público ou arquitetura.

Origens e primeiros anos

Dirigida durante longos anos pelo renomado teórico Siegfried Zielinski, a KHM carrega em sua história muito de sua era – Zielinski foi convidado para dar aulas ali em 1993, tendo sido reitor da Academia entre 1994 e 2007, quando se transferiu para Berlim. Durante quase todo esse tempo, mais precisamente entre 1998 e 2007, a KHM abrigou, sob os cuidados de Zielinski, o Arquivo Vilém Flusser – também transferido para Berlim em 2007. O Arquivo Flusser contém mais de 2500 manuscritos do teórico da mídia, bem como correspondências e textos não publicados em alemão, português, inglês e francês.

Die Kölner Kunsthochschule für Medien
Academia tem três departamentos abertos, todos voltados para a interseção entre mídia e arte

Embora a artemídia tenha sido a semente de criação da KHM, seu atual departamento de cinema e TV também propicia ao aluno o aprendizado de conhecimentos úteis no mercado de trabalho, como aulas sobre formatos televisivos como transmissões ao vivo, programas de entrevista ou eventos esportivos. Em aulas de "produção criativa", o estudante aprende a lidar com orçamentos e estruturar o financiamento de um longa-metragem, por exemplo.

Financiamento para projetos individuais

Ficção, documentário, roteiro, fotografia e animação experimental são outros créditos oferecidos pela Academia. Além disso, o estudante recebe, durante os dois últimos anos de graduação, financiamento para dois projetos próprios. Além de equipamento e infraestrutura, a Academia disponibiliza uma determinada soma a projetos individuais, sempre sob a orientação de um professor.

O leque de projetos realizados neste contexto vai desde longas-metragens de ficção até projetos-piloto de programas televisivos. Do ponto de vista teórico, a escola oferece ainda cadeiras de história do cinema, som, montagem ou até seminários práticos de técnicas de pesquisa e entrevista para documentários, por exemplo.

Para além dos muros da Academia

Comum na KHM é a interseção com o mundo para além das paredes universitárias. As exposições dos alunos são com frequência abertas ao público e absolutamente integradas à vida cultural de Colônia. E as portas da Academia também estão regularmente abertas a especialistas convidados, seja para falarem sobre filmes-ensaios, documentários para o público infantil, docudramas ou found footage.

A KHM já teve vários brasileiros em seus quadros de alunos e mantém normalmente um percentual significativo de estudantes estrangeiros. Entre seus ex-alunos famosos está o austríaco Hans Weingartner, diretor de Edukators e O Som nas Nuvens.