A última viagem do Costa Concordia
Desde o acidente, há dois anos e meio, o navio de cruzeiro Costa Concordia está encalhado em frente à ilha italiana de Giglio. Agora, a última etapa da operação de resgate e remoção está prestes a ser completada.
Quase como se nada tivesse acontecido...
..., o Costa Concordia voltou a flutuar no Mar Mediterrâneo nesta segunda-feira (14/07). A chamada flutuação – a fase mais delicada da operação de resgate e remoção – começou. Lentamente, os dois contêineres à esquerda e à direita do navio vão ser preenchidos com ar, para elevar a embarcação em cerca de dois metros.
Pronto para a última viagem
Em seguida, o navio deverá ser rebocado 30 metros mar adentro, onde especialistas o prenderão a outros objetos de sustentação. O plano, então, é elevar em mais dez metros o navio e transportá-lo até Gênova , onde será demolido. Dez embarcações vão acompanhar a embarcação na viagem, que deve durar quatro dias.
Fase delicada
A preparação para o reboque foi planejada para durar cerca de uma semana. A flutuação é um dos últimos grandes desafios dessa fase de resgate, pois o navio danificado corre risco de se partir e liberar poluentes no mar, como petróleo, por exemplo.
Evitar todo e qualquer risco
O processo complexo de elevação do navio é controlado 24 horas por dia por uma equipe de engenheiros numa sala de controle. Câmeras e microfones foram instalados dentro do Costa Concordia para detectar alterações nas suas paredes.
Estação final: Gênova
Na cidade no norte da Itália, o navio de luxo será desmontado, e 80% dele devem ser reciclados. O desmonte deve durar mais de um ano e custar 100 milhões de euros. Na Turquia, os custos seriam de 40 milhões de euros, mas Gênova foi escolhida devido à distância. A rota mais curta evita danos ambientais.
Em pé novamente
Em setembro de 2013, o navio de 290 metros de comprimento foi colocado novamente na posição vertical, depois de ficar mais de 20 meses deitado no Mar Mediterrâneo. Numa operação de 19 horas, o Costa Concordia foi virado milímetro por milímetro.
Espetáculo para curiosos
Muitos moradores e visitantes da ilha de Giglio acompanharam atentamente a operação. O navio precisou ser deslocado em 65 graus para voltar à posição vertical, com a ajuda de um complexo sistema de roldanas, contrapesos e enormes correntes. Também nessa etapa, o navio corria risco de se romper.
Resgate sem precedentes
Os técnicos deslocaram o navio milímetro por milímetro para estabilizá-lo. Depois, ele foi posicionado sobre uma base submarina, uma espécie de andaime fixado no fundo do mar, em que o Costa Concordia estava apoiado até agora.
O dia fatal
No dia 13 de janeiro de 2012, aproximadamente às 21h45, a embarcação bateu numa rocha próxima à ilha de Giglio. O navio navegou por algumas centenas de metros, até virar e afundar na costa italiana.
Evacuação tardia
A bordo estavam 4.229 pessoas, entre elas, cerca de mil tripulantes. Uma grande parte dos passageiros estava jantando na hora do acidente. Inicialmente, o capitão falou sobre um problema com o abastecimento de energia elétrica. Somente às 22h30 foi dado o sinal para evacuar o navio.
Nem todos sobreviveram
O Costa Concordia foi enchendo de água até virar. O acidente deixou 32 mortos, tendo o corpo de uma das vítimas nunca sido encontrado. A maioria dos passageiros conseguiu ser resgatada com barcos e helicópteros. Outros pularam no mar e nadaram até a costa.
Processo judicial contra o capitão
O capitão do navio, Francesco Schettino, foi preso logo após o acidente. O italiano de 52 anos está sendo julgado por homicídio culposo, imprudência, naufrágio e abandono do navio.
Turismo com vista para os destroços
A população de Giglio vive do turismo. Após o acidente, o setor expandiu 30%. Mas aumentou somente o número de turistas que passam o dia na ilha – e quase não trazem lucro para os nativos. Por isso, é grande o desejo de que a embarcação seja, finalmente, removida da costa.