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HistóriaAlemanha

1989: Renuncia o último chefe de Estado da Alemanha Oriental

Christa Kokotowski Publicado 18 de outubro de 2016Última atualização 18 de outubro de 2021

No dia 18 de outubro de 1989, renunciou o último chefe de Estado e de partido da República Democrática Alemã, Erich Honecker.

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Erich Honecker
Erich HoneckerFoto: AP

"O Muro ainda existirá daqui a 50 anos e continuará existindo em 100 anos!"

A frase foi dita por Erich Honecker exatamente nove meses antes de ser pressionado pela população da República Democrática Alemã a renunciar aos cargos de chefe de Estado e de partido. No ano de 1989, depois da desintegração da União Soviética, começaram as fugas em massa e as manifestações pacíficas que desembocaram na queda do Muro de Berlim. Alguns membros do regime comunista na Alemanha Oriental até defenderam a introdução urgente de reformas, mas foram bloqueados por Honecker.

Egon Krenz
Egon KrenzFoto: picture-alliance/dpa/Peter Kroh

Três pessoas reconheceram a necessidade de desenvolver uma estratégia para afastar o chefe do partido, no cargo desde 1971 e no governo desde 1976: Günter Schabowski, do partido comunista em Berlim, Egon Krenz, braço direito de Honecker, e Harry Tisch, do sindicato único.

Protestos de rua

As tradicionais manifestações das segundas-feiras nas grandes cidades tinham cada vez mais adeptos. A de Leipzig, por exemplo, havia atraído 120 mil pessoas no dia 16 de outubro. Na reunião do politburo, no dia seguinte, compareceram apenas 11, a metade dos membros da cúpula do partido único.

Depois de iniciada a reunião, eles surpreenderam Honecker ao sugerir um novo item na pauta: a deposição do chefe de governo. Honecker, perplexo, tentou seguir na presidência da mesa.

Ignorando a sugestão, esperou a ajuda de seus apoiadores. Estes, já avisados através de telefonemas no dia anterior, viram que não conseguiriam se impor e preferiram se calar. A reunião terminou com a decisão unânime de prosseguir no dia seguinte.

No dia 18 de outubro, Erich Honecker acabou pedindo ao Comitê Central o afastamento do cargo por motivos de saúde. Para sua sucessão na liderança do Estado e do partido foi eleito Egon Krenz.

O rumo da história, entretanto, não se deixou corrigir. Três semanas mais tarde, os alemães-orientais pulavam o Muro de Berlim, desencadeando o processo de reunificação da Alemanha, dividida desde o fim da Segunda Guerra Mundial.