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26 de abril de 1989

Geraldo Hoffmann

As primeiras redes telefônicas digitais começaram a ser implantadas na Europa em abril 1989, com base em diretrizes nacionais de 1983 (Alemanha). Maior problema inicial era incompatibilidade entre redes nacionais.

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Sistema foi usado, por exemplo, na comunicação entre médicos e laboratóriosFoto: dpa - Bildarchiv

A telefonia analógica esbarrava em seus limites técnicos. Os modernos equipamentos periféricos exigiam capacidades de transmissão cada vez maiores. A manutenção paralela de diversas redes (por exemplo, para telefone e fax) era problemática e cara. O desenvolvimento dos PCs impulsionava a integração dos serviços eletrônicos.

Foi nesse cenário que surgiu, na década de 1980, o ISDN (Integrated Services Digital Network), conhecido no Brasil pela sigla RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados). As primeiras redes telefônicas digitais foram implantadas na Europa em abril de 1989, com base em diretrizes nacionais (de 1983, no caso da Alemanha). O maior problema inicial era a incompatibilidade das diversas redes nacionais.

Por isso, em 1988, foi criado o European Telecommunications Standards Institute (ESTI), encarregado de desenvolver um padrão único para uma rede digital europeia, destinada a impulsionar a formação do mercado comum. Em 1991, 20 países europeus comprometeram-se a introduzir o DSS1 Euro-ISDN, que passou a ser implantado na Alemanha em 1994.

Suplantando o analógico

As principais vantagens dessa tecnologia eram a integração de redes (a operadora precisava de apenas uma interface para várias redes) e a oferta de serviços de melhor qualidade. O ISDN possibilitava, além do serviço telefônico convencional, a transmissão via linha telefônica de dados, com velocidade de até 128 kbit/s.

O usuário podia utilizar a capacidade de 128 kbit/s da sua linha para outras opções, como transmitir e receber dados a 64 kbit/s e fazer ou receber chamadas telefônicas (ou fax) simultaneamente, fazer duas chamadas telefônicas (ou fax) simultaneamente ou acessar a Internet a 64 kbit/s e fazer/receber uma chamada telefônica. Outros serviços possíveis em linhas ISDN que tiravam proveito da velocidade de 128 kbit/s eram a videofonia/videoconferência, a interconexão de rede locais (LANs) e o acesso remoto às LANs (teleworking).

Um dos grandes benefícios do ISDN foi permitir a utilização plena da Internet. As conexões baseadas nesse sistema tinham um desempenho quase quatro vezes melhor do que os de modems (MODulador/DEModulador) de 56 kbit/s. Utilizando os aparelhos convencionais, os dados sofriam grandes perdas, devido à conversão do conteúdo digital para o ruidoso sistema analógico, no trajeto entre o computador e o provedor de Internet. Com a tecnologia ISDN, a conversão analógico-digital foi quase totalmente superada, garantindo fidelidade de dados e alta velocidade de transmissão.

Opções mais rápidas

Durante uma década, o ISDN se expandiu. Calcula-se que em 2000 existissem aproximadamente 14 milhões de acessos em todo o mundo: 10 milhões na Europa, 2,6 milhões no Japão e 1,7 milhão nos Estados Unidos. No entanto, já começavam a surgir alternativas ainda mais velozes para a transmissão de dados, destinadas, na época, principalmente a grandes empresas e instituições.

É o caso da tecnologia ADSL (Asymetric Digital Subcriber Line).– uma linha telefônica comum para, em sua primeira versão, transmitir no mínimo 256 kbit/s e, no máximo, 2 Mbit/s, dependendo do plano contratado junto à operadora. O sistema permitia conversar ao telefone na mesma linha, enquanto se navega na Internet, sem ter queda na qualidade da conexão.

No Brasil, que também adotou o padrão europeu, o serviço ISDN ou RDSI começou a ser introduzido pelas companhias telefônicas em 1998 (Belo Horizonte), com a privatização das telecomunicações. A Telemar-RJ, por exemplo, oferecia no Rio de Janeiro o chamado DVI (Digital Voice Image).

Tratava-se de um acesso RDSI com duas linhas de DVI, com as quais os usuários podiam navegar na Internet à velocidade de até 128 kbit/s e simultaneamente receber uma ligação (aí a velocidade caía para 64 kbit/s). Isso tornava a tecnologia uma boa opção para pequenas empresas e pessoas físicas que usassem muito a rede em casa, mas não precisavam estar conectadas à Internet 24 horas por dia.