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1981: Atentado contra Ronald Reagan

Gábor Halász Publicado 30 de março de 2013Última atualização 30 de março de 2021

No dia 30 de março de 1981, um atentado a tiros feriu o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, que estava a apenas dois meses no cargo.

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USA Attentat auf Präsident Ronald Reagan 1981
Foto: picture-alliance/dpa

Em 30 de março de 1981, Ronald Reagan ocupava há dois meses o cargo de presidente dos Estados Unidos quando foi vítima de um atentado a tiros durante encontro com sindicalistas num hotel em Washington. Imediatamente depois dos primeiros tiros, os seguranças jogaram o presidente no chão para protegê-lo. 

Logo após o atentado, emissoras de rádio e televisão americanas anunciavam que Reagan havia sobrevivido.  Segundo as primeiras notícias oficiais, o presidente ficara ileso. No entanto, essas informações logo foram corrigidas, pois um dos seis tiros disparados atingira Ronald Reagan no pulmão esquerdo.

Um membro de sua equipe de assessores declarou que ele estava consciente e em estado regular no Hospital George Washington. Na realidade, seu estado era crítico, mas ele sobreviveu, e também seus dois colaboradores se recuperaram do atentado.

Além de Reagan, ficaram feridos o então secretário de imprensa da Casa Branca, James Brady, o agente do serviço secreto Tim McCarthy e o policial Thomas Delahanty. Brady, que levou um tiro na cabeça, acabou ficando paraplégico. Até sua morte, em 2014, ele dedicou a vida a exigir um maior controle sobre armas no país.

Inspirado em Taxi driver

O mundo ficou em choque com o atentado. Uma reação imediata foi a queda das bolsas de valores: afinal, era o segundo atentado contra um presidente americano no século. Ronald Reagan, no entanto, só faleceria em 2004, aos 93 anos, vítima de complicações do mal de Alzheimer.

 Hinckley com dois agentes
John Hinckley foi preso após os disparos Foto: Getty Images/AFP

O autor do atentado, John Hinckley, foi preso logo após os disparos. O rapaz, de 25 anos, tinha problemas mentais. Ele era obcecado pela atriz Jodie Foster e a tiranizava através de cartas. Certa vez, chegou a repetir uma ameaça feita no filme Taxi driver, estrelado por ela e Robert de Niro: "Se você não me ama, vou matar o presidente".

Cinco anos mais tarde, ele cumpriu a ameaça. Ao atirar contra Reagan, pretendia impressionar Foster. A atriz, então com 19 anos, ficou tão chocada que se retirou da vida pública. Em tribunal, Hinckley foi considerado inimputável: como doente mental, não podia avaliar as consequências do crime e acabou sendo internado numa clínica psiquiátrica.

Aos 61 anos, foi libertado em setembro de 2016, para morar com a mãe em um condomínio fechado em Williamsburg, Virginia. Um juiz federal ordenou a libertação de Hinckley do Hospital St. Elizabeth, em Washington, mas sob severas restrições, considerando que ele já não representava perigo para si mesmo ou para outros. Hinckley não foi considerado culpado por razões de insanidade em um julgamento em 1982 e foi diagnosticado com depressão e psicose, sendo que ambos estão em remissão, de acordo com seus médicos.

A família de Reagan e sua fundação se opuseram à libertação de Hinckley, alegando ele continuava a constituir uma ameaça "para si e para os outros".  Jodie Foster não fala sobre Hinckley desde 1981.

O tiroteio levou à melhoria dos controles de armas, com um projeto de lei que leva o nome de Brady, que impôs verificação de antecedentes e um período de espera. O Serviço Secreto dos EUA, cujo trabalho é proteger o presidente, também endureceu seus procedimentos de segurança.