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1971: Estreia em Nova York "Jesus Cristo Superstar"

Michael Kleff Publicado 12 de outubro de 2015Última atualização 12 de outubro de 2022

No dia 12 de outubro de 1971, estreou em Nova York a ópera rock de Andrew Lloyd Webber. A produção atingiu o mesmo sucesso internacional que a versão fonográfica, lançada um ano antes.

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O êxito internacional do espetáculo já havia começado um ano antes, com o lançamento do disco de mesmo nome
O êxito internacional do espetáculo já havia começado um ano antes, com o lançamento do disco de mesmo nomeFoto: Getty Images/L. Burt

No início dos anos 70, um novo tipo de religiosidade despertava nos Estados Unidos. Depois de James Dean, Elvis Presley, Beatles e Woodstock, era Jesus Cristo o novo ídolo da juventude. A "ópera pop" Jesus Cristo Superstar tornou o compositor Andrew Lloyd Webber e o autor do libreto, Tim Rice, famosos da noite para o dia.

Na realidade, o êxito internacional de Jesus Cristo Superstar já havia começado um ano antes da estreia na Broadway, com o lançamento do disco de mesmo nome na Inglaterra.

Enquanto na Europa a música foi praticamente ignorada, nos Estados Unidos seu lançamento foi um sucesso, com a venda de 2,5 milhões de cópias em um ano.

Jesus Cristo Superstar foi o primeiro musical da Broadway baseado num disco – e que, além disso, já fazia sucesso. Quando se abriram pela primeira vez as cortinas (de um total de 720 apresentações) no palco do Mark Hellinger Theatre de Nova York, já estavam vendidos todos os ingressos para as próximas seis semanas de espetáculos. E garantido um lucro de mais de 1 milhão de dólares.

Mesmo diretor de Hair

"Fantástico!" Assim reagiram espontaneamente os que assistiram à estreia do musical, que enfoca os sete últimos dias da vida de Jesus Cristo. O seu diretor foi Tom O'Horgan, responsável pelo enorme sucesso de Hair em 1968.

Enquanto o público ovacionava o espetáculo de pé no interior do teatro, no lado de fora protestavam vários grupos religiosos. Até o prefeito de Nova York, John Lindsey, assistiu à estreia, sem se deixar intimidar com as acusações de "blasfêmia" gritadas pelos manifestantes.

Também o Comitê dos Judeus Norte-Americanos criticou o espetáculo por temer que uma eventual estigmatização dos judeus como assassinos prejudicasse as relações judaico-cristãs.

Em contrapartida, um judeu que assistiu à estreia não encontrou motivo para censura: "A peça nem critica os judeus. O Novo Testamento é bem pior!" Já círculos católicos acusavam a peça de contestar a divindade de Jesus e tornar Judas um herói.

Depois do espetáculo, os músicos e atores, junto com seus convidados, promoveram uma das festas de estreia mais caras e extravagantes da história.

Apesar das duras palavras dos críticos, voltadas principalmente para a falta de criatividade na encenação, o espetáculo foi um enorme sucesso de público. Um ano depois da estreia na Broadway, foi rodado em Israel o filme de mesmo nome.