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História

1949: Alemanha se aproxima dos Aliados

Ralf Geissler (mw)

Acordo permitiu à Alemanha voltar a ter consulados no exterior e interrompeu o desmonte da indústria nacional. Em compensação, país teve de aceitar o controle internacional sobre a região industrial do Ruhr.

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Deutschland Westalliierte Konrad Adenauer auf dem Petersberg 1949
Foto: picture-alliance/Judaica-Sammlung

No outono europeu de 1949, a República Federal da Alemanha tinha apenas alguns dias de existência, e o Parlamento não podia decidir sozinho seu destino. Ele também era determinado pelas potências vitoriosas na Segunda Guerra Mundial. Representantes dos Estados Unidos, França e Reino Unido se instalaram num hotel na montanha de Petersberg, próximo a Bonn. Nele, os altos comissários dos Aliados recebiam com frequência a visita do chanceler federal Konrad Adenauer.

"O método da política externa alemã tem de ser: devagar e passo a passo à frente. Ele precisa sobretudo ser também psicológico. Tem de tentar reconquistar a credibilidade, que nós infelizmente perdemos por completo durante o nazismo", comentou na época o primeiro chefe de governo alemão do pós-guerra.

Adenauer buscava credibilidade exclusivamente no Ocidente. Mas a aproximação com os vitoriosos não foi fácil. Enquanto Adenauer os procurava, britânicos, franceses e norte-americanos desmontavam fábricas, em toda a Alemanha, a título de reparação de guerra. Os alemães atribuíam à desmontagem sua pobreza e desemprego. Eles suspeitavam que as fábricas só estavam sendo desmanteladas por uma questão de concorrência indesejada.

"Nós todos aqui presentes, que estivemos de alguma forma em algum cargo político ou público, temos nos esforçado há muito tempo pela interrupção do desmonte. Isso eu posso afirmar em meu nome, em nome de meu partido e do governo", garantia o democrata-cristão, que argumentava ser a continuidade do desmantelamento um campo fértil para as críticas da extrema direita.

Desmonte de fábricas

Após as negociações diplomáticas, as potências ocidentais mostraram-se dispostas a reduzir a lista de fábricas ainda a serem desmontadas. Em 22 de novembro de 1949, os altos comissários e o chanceler Konrad Adenauer fecharam o Acordo de Petersberg. Nele, os Aliados prometiam poupar 11 indústrias de óleo sintético e borracha e sete siderúrgicas. Em Berlim Ocidental, o desmonte seria completamente interrompido. O Partido Social Democrata (SPD) recusou o acordo, para ira de Adenauer.

O presidente do SPD, Kurt Schumacher, acusava o democrata-cristão sobretudo de fazer concessões inaceitáveis aos Aliados. Pelo Acordo de Petersberg, o governo federal iria aderir à Autoridade do Ruhr. Este órgão era extremamente impopular. Ele controlava a produção industrial na região do Ruhr, que representava 40% da total do país. Com sua participação no órgão, a Alemanha estaria reconhecendo sua legitimidade. Adenauer achava isso um mal menor.

A adesão à Autoridade do Ruhr fez com que o debate sobre o Acordo de Petersberg fosse um dos mais acirrados já vividos no Bundestag.

Para Schumacher, o chanceler federal estava traindo os interesses alemães. Adenauer pouco se deixou impressionar. Ele atingiu seu objetivo. A Alemanha integrava-se assim um pouco mais na comunidade ocidental. Após o Acordo de Petersberg, o país pôde abrir novamente consulados no exterior e participar de organismos internacionais. E poucos meses depois, as últimas desmontagens foram interrompidas.

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