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HistóriaEspanha

1900: A tragédia do navio-escola Gneisenau

Jens TeschkePublicado 16 de dezembro de 2013Última atualização 16 de dezembro de 2019

Em 16 de dezembro de 1900, um forte temporal no porto de Málaga afundou o navio-escola imperial alemão Gneisenau. A tragédia causou a morte de 41 dos 460 tripulantes.

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Segelschulschiff Gneisenau
Navio-escola Gneisenau, em foto de 1879Foto: picture-alliance/dpa/arkivi

Em 16 de dezembro de 1900 já fazia um mês que o navio-escola alemão Gneisenau estava ancorado no porto de Málaga. A cada dois dias, ele partia para o mar, para que a tripulação fizesse exercícios de tiro.

Desde 1890 o Gneisenau, que já fora a primeira "fragata-cruzador" da Marinha imperial alemã (segundo a denominação oficial da época), era um navio-escola. A bordo desse veleiro complementado com propulsão a vapor (era equipado com uma máquina de 2.500 cavalos) e um deslocamento de 2.900 toneladas, estavam 460 marinheiros. A maioria jovens.

Segundo o historiador Reinhard Sommer, o clima daquele 16 de dezembro de 1900 na costa espanhola prometia um calmo dia de sol, sem vento. De repente, perto do meio-dia, a virada: um vento de força 8 (entre 55 e 65 km/h). Os marinheiros ainda tentaram desesperadamente remover a embarcação, que estava a meia milha da costa.

Abrir as velas seria muito perigoso, por isso tentaram ligar as máquinas, que precisavam de pelo menos meia hora para arrancar. Para piorar a situação, um mal-entendido fez o comandante acreditar que houvesse vapor suficiente para colocar o navio em movimento.

O mau tempo havia começado pouco depois das 10 horas. Uma hora depois, o Gneisenau era arremessado contra as rochas.

Solidariedade dos malaguenhos

Alguns marinheiros conseguiram se segurar nas pontas dos três mastros, até serem salvos pelos espanhóis. Dos 460 homens a bordo, 41 morreram. Quase a metade da tripulação era formada por grumetes. "Para a época, foi uma catástrofe e tanto", conta o pesquisador Sommer, que se dedica à história da Marinha.

A tragédia despertou a solidariedade dos malaguenhos. De imediato, eles ofereceram alojamentos aos sobreviventes, deram roupas e comida.

Os mortos foram sepultados no cemitério inglês de Málaga. Em homenagem, 18 dias depois do acidente, a rainha Cristina da Espanha concedeu à cidade na Costa do Sol o título de "extraordinariamente hospitaleira".

No ano de 1919, em agradecimento, a Alemanha presenteou a ponte de ferro para pedestres sobre o rio Guadalmedina. A Marinha alemã ainda teve outras embarcações denominadas Gneisenau, como o encouraçado usado na Segunda Guerra.